Depois da confirmação de que o Palmeiras assinou contrato com a Globo para o Brasileirão por seis anos (2019-2024), o Athletico ficou isolado como o único clube da Série A fora das transmissões pay-per-view (PPV) do campeonato.
A entrada do time paulista na grade do canal Premiere (e também na TV aberta), no entanto, deve acelerar uma mudança neste cenário.
Uma prova disso é que o diretor de direitos de futebol do Grupo Globo, Fernando Manuel Pinto, esteve em Curitiba nessa quarta-feira (22) para negociar. À noite, ele acompanhou a vitória sobre o River Plate, pela Recopa Sul-Americana, como convidado do clube na Arena da Baixada.
O impasse envolve, claro, muito dinheiro. O presidente do Conselho Deliberativo, Mario Celso Petraglia, reclama do valor ofertado pelo PPV, que seria de cerca de R$ 6 milhões por temporada. Além disso, o clube pede R$ 40 milhões de luvas (bônus) pela assinatura do contrato com validade até a edição de 2024.
Em entrevista ao jornalista Mauro Cezar Pereira, Petraglia negou estar negociando no PPV. "Penso que será impossível! O critério de valores mínimos garantidos para os times de maior torcida, somado ao critério único de divisão impede", disse o dirigente.
Longo prazo
Com o Palmeiras vinculado à Globo, o Athletico perde força na negociação do PPV. Antes eram 74 jogos indisponíveis (19% da competição). Hoje são apenas 38 partidas (10%), sendo que cinco já foram disputadas.
Mesmo garantindo mais duelos exibidos em TV aberta estando fora do Premiere -- e cada um vale aproximadamente R$ 1,2 milhão --, permanecer fora do pay-per-view representa perda de receita em longo prazo.
Por isso, é difícil imaginar que as duas partes não cheguem a um acordo em breve. Por sua vez, a Globo também tem prejuízo ao não mostrar o clube paranaense, principalmente por causa das reclamações de assinantes no Procon.
Na TV aberta, Athletico e Globo se acertaram em março, apenas um mês antes do início da Série A, após longo período de negociação. Já na TV fechada, o acordo da equipe paranaense é com a Turner, que garante o mínimo de R$ 10 milhões por temporada.