Vendido pelo Athletico em maio por quase R$ 50 milhões, o zagueiro Robson Bambu estreia no Campeonato Francês neste domingo (23), com a camisa do Nice – o duelo é contra o recém-promovido Lens.
O jovem defensor de 22 anos, contratado de graça pelo Furacão em novembro de 2018, conversou com a Gazeta do Povo sobre sua adaptação no futebol europeu, planos para o futuro e a ligação com o Furacão, onde foi campeão da Copa do Brasil no ano passado.
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Comandado pelo ex-jogador Patrick Vieira, lenda do Arsenal e que também defendeu Juventus, Inter de Milão e Manchester City, Bambu agora forma dupla com outro brasileiro, o zagueiro Dante.
Como está sua adaptação?
Confesso que quando cheguei, a primeira impressão que tive foi de me sentir em casa. Venho de uma cidade praiana, Santos, com muito sol. E aqui em Nice é assim, um sol para cada um. Fui bem recebido pela comissão técnica e pelos jogadores e, claro, o clube tem uma estrutura muito boa. Estou muito feliz aqui. A cidade não lembra o clima de Curitiba, mas as cores do time são iguais e até levam uma caveira para o estádio. Falam que a torcida é muito envolvente, como a do Athletico. Então estou em casa, à vontade.
E você tem um treinador que jogou muita bola…
Patrick Vieira (risos). O Patrick é uma referência no mundo inteiro. Jogou em grandes clubes e estou tendo a oportunidade de trabalhar com ele no dia a dia. É um ser humano incrível, estou percebendo isso nesse pouco tempo. Ele cobra bastante, mas chega pra conversar contigo, chama em particular para falar algumas coisas.
O que ele tem te ensinado?
Ah, ele me orienta muito na questão da velocidade do passe. Aqui os jogos são muito intensos, muito rápido. Nós zagueiros não temos muito tempo para ficar com a bola. Ele gosta muito de agressividade, de antes de dominar já fazer a leitura e saber o que vai fazer com a bola. Ele me cobra muito nisso e venho evoluindo bastante.
O Dante também ajuda bastante na adaptação?
Hoje eu formo dupla de zaga com ele. E nossa relação é muito boa, muito transparente. É um cara que está há 20 anos na Europa, não tem como eu não escutá-lo. Um cara que saiu do Brasil e não voltou mais. Viveu muitas coisas que eu não vivi. Procuro escutar muito, é um batalhador e tem muito daquele espírito de vencer, assim como eu tenho.
Além do Dante tem outro brasileiro no elenco, certo?
Tem o Danilo, volante, que jogou no Vasco. Esteve no Valencia, no Braga, no Porto. É outro brasileiro que me ajuda bastante aqui, ainda mais na questão da língua, sobre orientações.
Você tem idade olímpica, fez parte do grupo que jogou no pré-olímpico. Os Jogos de Tóquio, claro, estão nos seus planos...
É um sonho ser campeão olímpico, repetir 2016. Eu tive presente no pré-olímpico no início do ano, colocamos a seleção na disputa da Olimpíada. Pude participar de um grupo maravilho, com jogadores que estão escrevendo sua história. Sou um cara ambicioso para o lado positivo e, claro, quero voltar a ser convocado e para poder jogar as Olimpíadas.
Você chegou de graça do Santos para o Athletico, se valorizou e foi vendido em um período muito curto. Tudo foi muito rápido… Como você passou por esse processo?
O processo faz parte da vida do jogador. Quando sai do Santos para o Athletico foi dolorido. Muitas pessoas falaram coisas que não eram verdade. Só eu, minha família e meus empresário sabemos o quanto foi difícil. Mas, enfim, página virada. Não tenho mágoa. Cheguei no Athletico, trabalhei bastante e quando tive a oportunidade aproveitei. Vinha trabalhando focado, claro, fiquei um tempo sem jogar, adaptação, e tinham outros jogadores como Thiago Heleno, Paulo André, Léo Pereira. Mas eu trabalhava forte porque sabia que a oportunidade viria. Ela apareceu, fiquei muito feliz com meu desempenho e do grupo todo. Fico muito feliz por ter vencido a Copa do Brasil…
Com direito a olho roxo na final, inclusive…
O pessoal me apelidou de Robson Balboa, como o Rocky, do filme. Foi engraçado porque sai com o olho daquele tamanho, mas foi um apelido muito legal. Mostra a garra e principalmente como é jogar no Athletico. Determinação, vontade, raça, amor. Toda essa mistura. E é o que carrego comigo. Na minha vida sempre foi assim, ter essa vontade de vencer e caiu em um clube e em grupo muito com a mesma ambição que eu. Estou na história do clube e sai de cabeça erguida.
Foi uma passagem curta, mas marcante. Você, assim como outros, saiu daqui torcedor do Athletico?
Com certeza, pelo carinho que tive pelo clube, pela cidade. Torço muito pelo clube, sempre estou mandando mensagens, postando nas redes sociais que estou de olho (risos). Sai muito feliz pela oportunidade que me deram e foi muito bom ter correspondido à altura. E vim para o Nice com o mesmo objetivo. Claro, um momento diferente, uma temporada mais difícil, mas a vontade de evoluir, de aprender e de vencer vai ser a mesma. E espero conquistar títulos aqui e marcar meu nome na história do clube.
E quem está falando melhor francês, você ou Bruno Guimarães?
O Bruno está mais avançado (risos). Eu estou indo. Devagarzinho a gente chega onde quer.
Vocês são amigos e estão morando no mesmo país, já chegaram a se encontrar nesse período?
Nós temos uma relação muito boa desde o Athletico, seleção. Évum menino de ouro, pessoa do bem. A gente se fala bastante. Mando mensagem para ele antes dos jogos e vice-versa. A gente ainda não se encontrou. Ele veio para Nice, mas eu estava em pré-temporada. Mas em breve vamos nos encontrar.
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