Ao eliminar o Flamengo nos pênaltis e avançar para a semifinal da Copa do Brasil, quarta-feira (17), em um Maracanã que bateu o recorde de público do futebol brasileiro em 2019 (64.884 pagantes), o Athletico venceu não apenas o forte time comandado pelo português Jorge Jesus.
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Quando Bruno Guimarães converteu a penalidade derradeira contra Diego Alves, o Furacão superou também o precipício financeiro que separa o Rubro-Negro carioca do oponente paranaense. As cifras revelam a desigualdade de patamares.
Em recente estudo publicado pelo Itaú BBA, o Flamengo surge como a segunda maior receita total do país em 2018: R$ 536 milhões. Apenas o Palmeiras, com R$ 654 milhões, arrecadou mais que os cariocas.
O Athletico, por outro lado, ocupa posto muito mais modesto. Com receitas totais de R$ 160 milhões na temporada passada, 29% do que faturou o Flamengo, o clube é o 13.º na lista, atrás de equipes como Botafogo, Vasco, Fluminense e Santos e apenas pouco acima do Bahia, por exemplo.
Grana em campo
Os valores de mercado dos atuais elencos de Flamengo e Athletico comprovam que, quando o tema é grana, os clubes habitam mundos diferentes. Segundo o portal especializado Transfermarkt, o elenco flamenguista está avaliado em R$ 473,6 milhões, enquanto o atleticano vale R$ 154,7 milhões.
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Quase três vezes mais. O montante desconsidera, ainda, os gastos com salários e demais encargos, muito mais elevados na Gávea do que no CT do Caju.
Somados, três atletas do Flamengo, por exemplo, valeriam mais no mercado da bola que o time inteiro de Tiago Nunes: Gabriel, Arrascaeta e Éverton Ribeiro estão avaliados em R$ 151,5 milhões, sendo que os dois primeiros valem R$ 54,7 milhões cada e o último, R$ 42,1 milhões.
Do lado paranaense, o atleta mais caro é o volante Bruno Guimarães, que recentemente recusou uma proposta de R$ 168 milhões de um clube chinês e tem avaliação de mercado em R$ 21 milhões, conforme o portal alemão especializado.
Cotas de TV
As disparidades continuam na relação dos clubes com a televisão. Somando 2017 e 2018, o Flamengo arrecadou R$ 422 milhões nos diversos contratos fechados com a TV. No mesmo período, o Furacão recebeu R$ 118 milhões.
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A partir de 2019, a Globo adotou sistema mais igualitário para TV aberta na Série A. De um bolo de R$ 600 milhões, 40% serão distribuídos igualmente, 30% segundo posição na tabela e 30% segundo o número de transmissões.
Apesar de ter negociado duramente e alcançado maior patamar de transmissões na Globo, o Furacão não fechou com o pay-per-view, grande combustível financeiro do Flamengo.
Em um cenário do clube carioca campeão brasileiro, por exemplo, o Fla atingiria cotas totais de R$ 327 milhões, entre TV aberta, fechada e PPV, somente em 2019. Ou seja, o modelo de TV aberta e fechada é mais justo neste ano, mas o PPV desequilibra a balança para os cariocas.
Vale lembrar que, para a TV fechada, o Furacão fechou com a concorrente Turner pelos próximos seis anos, com as cotas divididas em 50% igualitariamente, 25% por desempenho e 25% por audiência. Pelo acordo, o Furacão levou R$ 57 milhões de adiantamento.
Próximos jogos do Athletico
- CSA x Athletico - 20/7 - 19h - Brasileirão
- Athletico x Boca Juniors - 24/7- 21h30 – Libertadores
- Cruzeiro x Athletico – 27/7 – 19h – Brasileirão
- Boca Juniors x Athletico - 31/7 - 21h30 - Libertadores