Lucho González está em casa. Paparicado pela imprensa local, adorado pelos torcedores, encarado como um trunfo do Athletico na briga com o River Plate pelo título da Recopa. El Comandante, mesmo no ocaso da carreira, vive momento especial.
Argentino nascido em Buenos Aires, 38 anos, Luis Óscar González parece ter amigos por toda a cidade. Uma simples enquete feita pela reportagem da Gazeta do Povo, na manjada Calle Florida, sobre a fama internacional do Furacão, e eis que a profecia se confirma.
"Sou amigo de Lucho González, crescemos juntos no bairro Barracas, jogamos bola na Villa 21, quando éramos pequenos. Sou torcedor do Huracán. Que o Paranaense tenha sucesso. Quero uma camisa do meu amigo Lucho", afirmou Johnny Montserrat, 39 anos.
Não há porque duvidar do vendedor ambulante de boné equilibrado na cabeça, camisa da seleção argentina, a cuia de mate na mão e a térmica alojada debaixo do sovaco. Até porque, se alguém não é amigo do Lucho, aparentemente seria se o conhecesse.
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Que o diga o zagueiro Paulo André, do Furacão. Igualmente rodado, 35 anos, com passagem pelo futebol francês e trajetória carregada de taças no Corinthians, o misto de defensor e executivo de futebol trata o companheiro de equipe quase como um ídolo: "Lucho é sensacional".
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A marra que González meteu durante o reconhecimento do gramado do Monumental de Nuñez diz muito sobre a importância dele. Como Paulo André revelou no vídeo acima, ao pisar a cancha millonaria, Lucho se vangloriou: "Ele olhou prum gol e disse, ali eu fiz 35, do outro lado eu marquei 20. Ah, não, esqueci que também fiz pela seleção argentina".
Revelado pelo Huracán, de Parque Patrícios, foi no River Plate que o volante magrelo, inspirado no brasileiro Sócrates, o Magrão, apareceu para o mundo e foi cumprir carreira internacional. Porto, Olympique de Marseille e, novamente, Porto. Virou "legenda" com as duas camisetas.
Passou pelo futebol do Qatar e voltou para casa. E embora tenha participado da campanha vitoriosa da Libertadores, em 2015, não foi o de volta ao River. E talvez nem pudesse ser, envelhecido 10 anos. Do Monumental de Nuñez, rumou para a Baixada e, em Curitiba, entre dúvidas e certezas, pontos altos e baixos, terminou ídolo novamente.
Já são quase três anos de clube, mais de 100 partidas disputadas, e a admiração geral, do presidente ao porteiro do CT. Foi taxado de "animal competitivo" pelo ex-técnico Paulo Autuori. E é exemplo, principalmente, para a boleirada mais nova. Como dizem os argentinos, Lucho, definitivamente, é um "referente".
Do amigo íntimo Marcelo Gallardo, técnico do River, que, mesmo com a camaradagem, dispensou Lucho na Argentina, o atleticano só ganha elogios pela fase atual da longeva carreira. "Por sua mentalidade, segue rendendo. Foi um jogador de elite e compete muito bem".
No ano passado, coube ao volante a honraria de levantar o troféu da Sul-Americana pelo Furacão, na Arena da Baixada. Gesto que o argentino pode repetir, agora na Recopa, meses depois. Lucho está em casa. E quer "copar" o Monumental de Nuñez.
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