| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Lucho González está em casa. Paparicado pela imprensa local, adorado pelos torcedores, encarado como um trunfo do Athletico na briga com o River Plate pelo título da Recopa. El Comandante, mesmo no ocaso da carreira, vive momento especial.

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Argentino nascido em Buenos Aires, 38 anos, Luis Óscar González parece ter amigos por toda a cidade. Uma simples enquete feita pela reportagem da Gazeta do Povo, na manjada Calle Florida, sobre a fama internacional do Furacão, e eis que a profecia se confirma.

"Sou amigo de Lucho González, crescemos juntos no bairro Barracas, jogamos bola na Villa 21, quando éramos pequenos. Sou torcedor do Huracán. Que o Paranaense tenha sucesso. Quero uma camisa do meu amigo Lucho", afirmou Johnny Montserrat, 39 anos.

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Johnny Montserrat, amigo do Lucho. Jonathan Campos/Gazeta do Povo| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Não há porque duvidar do vendedor ambulante de boné equilibrado na cabeça, camisa da seleção argentina, a cuia de mate na mão e a térmica alojada debaixo do sovaco. Até porque, se alguém não é amigo do Lucho, aparentemente seria se o conhecesse.

Que o diga o zagueiro Paulo André, do Furacão. Igualmente rodado, 35 anos, com passagem pelo futebol francês e trajetória carregada de taças no Corinthians, o misto de defensor e executivo de futebol trata o companheiro de equipe quase como um ídolo: "Lucho é sensacional".

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A marra que González meteu durante o reconhecimento do gramado do Monumental de Nuñez diz muito sobre a importância dele. Como Paulo André revelou no vídeo acima, ao pisar a cancha millonaria, Lucho se vangloriou: "Ele olhou prum gol e disse, ali eu fiz 35, do outro lado eu marquei 20. Ah, não, esqueci que também fiz pela seleção argentina".

Revelado pelo Huracán, de Parque Patrícios, foi no River Plate que o volante magrelo, inspirado no brasileiro Sócrates, o Magrão, apareceu para o mundo e foi cumprir carreira internacional. Porto, Olympique de Marseille e, novamente, Porto. Virou "legenda" com as duas camisetas.

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Passou pelo futebol do Qatar e voltou para casa. E embora tenha participado da campanha vitoriosa da Libertadores, em 2015, não foi o de volta ao River. E talvez nem pudesse ser, envelhecido 10 anos. Do Monumental de Nuñez, rumou para a Baixada e, em Curitiba, entre dúvidas e certezas, pontos altos e baixos, terminou ídolo novamente.

Já são quase três anos de clube, mais de 100 partidas disputadas, e a admiração geral, do presidente ao porteiro do CT. Foi taxado de "animal competitivo" pelo ex-técnico Paulo Autuori. E é exemplo, principalmente, para a boleirada mais nova. Como dizem os argentinos, Lucho, definitivamente, é um "referente".

Do amigo íntimo Marcelo Gallardo, técnico do River, que, mesmo com a camaradagem, dispensou Lucho na Argentina, o atleticano só ganha elogios pela fase atual da longeva carreira. "Por sua mentalidade, segue rendendo. Foi um jogador de elite e compete muito bem".

Lucho e Marcelo Gallardo. Reprodução DAZN| Foto: Reprodução DAZN

No ano passado, coube ao volante a honraria de levantar o troféu da Sul-Americana pelo Furacão, na Arena da Baixada. Gesto que o argentino pode repetir, agora na Recopa, meses depois. Lucho está em casa. E quer "copar" o Monumental de Nuñez.

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