Novo nome, novo escudo, nova camisa, novos mascotes. A metamorfose na identidade do Athletico completa um ano neste dia 11 de dezembro. Na época, as mudanças anunciadas um dia antes da final da Sul-Americana dividiram a torcida.
De um lado, os que gostaram do moderno conceito e da ideia de internacionalização da marca. Do outro, os mais tradicionalistas, que não aceitavam mudanças tão profundas em um clube quase centenário.
Com o passar do tempo e os títulos da Sul-Americana, em 2018, e do Paranaense, Levain Cup, no Japão, e, principalmente, da Copa do Brasil, em 2019, as alterações foram sendo absorvidas com maior naturalidade.
365 dias depois, poucos (ou quase nenhum) são os torcedores que ainda insistem em chamar o Athletico de Atlético e não abandonam "antiga" camisa rubro-negra com listras verticais.
“Foi uma estratégica para movimentar o clube na área de negócios. Se a gente pensar que toda a mudança de marca gera barulho, foi um ótimo negócio”, analisa Erich Beting, dono do site Máquina do Esporte.
Referência em assuntos relacionados a negócios no esporte e marketing esportivo, Beting também lembra que o vitorioso ano esportivo do Furacão contribuiu muito para uma aceitação mais rápida destas mudanças por parte dos torcedores.
“O desempenho esportivo ajudou para que a mudança da marca tenha sido mais bem aceita. Toda mudança de marca tira as pessoas da zona de conforto, é chocante, ainda mais do jeito que foi. Foi uma mudança forte e significativa. Posso dizer que foi um ‘case de sucesso’, principalmente na questão do nome. O ‘H’ trouxe mais identidade ao Athletico, porque Atlético tem vários, mas com H só um”, completou Beting.
Jornalista especializado no ramo de negócios no esporte do siteGloboesporte.com e dos canais SporTV, Rodrigo Capelo acredita que os recentes títulos e ótima campanha no Brasileirão estão relacionados ao sistema interno do clube, com investimentos nas categorias de base, infraestrutura e planejamento a longo prazo - e não nas mudanças de identidade.
Para ele, esta é a grande marca do clube paranaense. “O Athletico está mostrando ao país que dá pra ter bons resultados, com menos dinheiro", comenta.
"Esta é a grande marca do Athletico. Isso é o que mais chama a atenção para mim e para pessoas de fora. A mudança no nome passa a ser um fator secundário. Suponho que se o escudo e o nome ainda fossem os anteriores, o Athletico estaria chamando a atenção da mesma maneira”, prossegue.
Apesar disso, Capelo acredita que o vanguardista Athletico pode ser exemplo para outros clubes do Brasil, que ainda insistem em um conservadorismo quase obsoleto.
“[O Athletico] é exemplo para o resto do país, tem quebrado tradicionalidades e tocado em assuntos que, provavelmente, em outros clubes gerariam uma gritaria generalizada. Os clubes no Brasil realmente são conservadores. O Athletico tem ido na contramão e tem se dado bem. E é para todo mundo olhar com carinho, sem dúvidas”, completou.
Mascotes
Na onda de transformações drásticas, há um ano o Athletico também lançou os mascotes da “Família Furacão”, que conta com pai, mãe, filho, filha e um cachorro rubro-negros.
Deles, apenas o cachorro Fura-Cão funcionou em termos de representatividade do clube, que antigamente tinha como mascote o Cartola.
O Fura-Cão caiu nas graças da torcida depois de uma grande investida de marketing e, atualmente, é o “influencer” principal na divulgação em redes sociais de campanhas, promoções e tudo que o clube produz.
O mascote já virou até pelúcia, estampa produtos do clube e é febre entre as crianças. Mas mesmo bem-sucedido Fura-cão segue dividindo opiniões da torcida atleticana.
Recentemente, uma faixa com a imagem do cachorro teria sido roubada na saída da Arena da Baixada e o dono do material teria sido agredido. A motivação pode ter sido por divergências na aceitação do novo mascote do clube. A situação está em investigação da Delegacia Móvel de Atendimentos ao Futebol e Eventos (Demafe).
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