A procuradoria do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR) promete uma ofensiva contra o sistema de torcida única adotado pelo Athletico nos duelos na Arena da Baixada desde maio do ano passado e mantido no Campeonato Paranaense de 2019.
A preocupação do TJD é principalmente em relação aos jogos de maior apelo, como os clássicos contra Coritiba e Paraná — o Atletiba na Baixada acontece daqui a duas semanas, na 4.ª rodada, dia 6 de fevereiro.
Na última sexta-feira (18), o TJD-PR obteve liminar parcial favorável à derrubada da torcida única atleticana para a partida de estreia no Estadual contra o Cascavel CR, sábado (19), na Baixada.
“Esta é uma questão de segurança. A torcida única viola o estatuto do torcedor, que diz que estes devem ter segurança no estádio. Na visão da procuradoria, este tipo de torcida única não traz segurança, principalmente no Estadual, por causa das rivalidades”, explica o procurador-geral do TJD-PR, Pedro Henrique Val Feitosa.
Como funciona a torcida única na Arena?
Aderindo a uma sugestão do Ministério Público do Paraná (MP-PR), o Furacão instalou o esquema ainda 2018, tanto em duelos da Copa do Brasil, como do Brasileirão.
A nova estratégia de clube e MP consiste em não separar as torcidas adversárias dentro da praça esportiva. Além disso, os torcedores de outros times não podem entrar com as camisas de seus clubes no estádio. O Athletico já se referiu ao esquema como “torcida humana”.
Apesar disso, segundo a Delegacia Móvel de Atendimento ao Futebol e Eventos da Polícia Civil (Demafe), somente até setembro do ano passado, sete ocorrências com lesão corporal foram registradas na Baixada desde a implantação da “torcida única”.
O TJD, por sua vez, promete lutar para que a carga de 10% destinada aos visitantes de acordo com o regulamento do Estadual seja obedecida pelo Furacão, caso o time adversário assim a solicite.
“No próximo jogo, se o Athletico for vender ingresso para torcida única, vamos ingressar de novo com essa medida para tentar fazer valer o regulamento”, promete Val Feitosa.
“O nosso pedido é bem amplo. Tanto que a carga visitante seja disponibilizada em caso de pedido do clube adversário, como seja delimitado um espaço para a torcida visitante. Somos contra esta torcida única. O que vale é o acordo do regulamento da disputa, que o próprio Athletico assinou”, complementa.
Procurado via assessoria de imprensa, o Athletico não comentou o tema. Já o MP-PR afirmou, também via assessoria, que “cabe ao Athletico decidir sobre a torcida única. Foi uma proposta do MP e o clube pode deixar de aderir quando preferir”.
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