Apesar da ansiedade e da briga nos bastidores para que o futebol volte o quanto antes no Brasil, em meio à pandemia do coronavírus, estudos apontam que o esporte pode demorar ainda mais para ser praticado. Segundo um relatório do Centro de Pesquisa em Esporte, Lazer e Sociedade (CEPELS) da UFPR e a Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento (SNEAR) do Ministério da Cidadania, existem uma série de cenários a serem respeitados para ter a bola rolando.
De acordo com o estudo, feito pelo professor Fernando Mezzadri e o advogado Paulo Schimitt, coordenador da comissão de integridade da Federação Paulista de Futebol, os únicos esportes que poderiam voltar a ser praticados inicialmente são os individuais e sem o contato físico, uma vez que ainda é necessário seguir o isolamento social.
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"As atividades devem se limitar em práticas como caminhada, ciclismo, corrida, exercícios em casa, yoga, alongamentos, entre outras, sempre evitando qualquer forma de aglomeração ou de incentivo à circulação de pessoas. Sempre que possível as pessoal podem caminhar perto de suas residências e não devem procurar ir aos parques para realizar as atividades", disse Mezzadri.
Entre a situação atual e até que tudo volte à normalidade, o levantamento divide a questão esportiva em quatro cenários. O primeiro é o que vivemos atualmente, dentro do isolamento.
O segundo é a volta de alguns esportes profissionais, mas somente os praticados de forma individual, com máscaras, equipamentos individuais e limpeza e desinfecção de tudo após o término da atividade. Além disso, será preciso que todos os envolvidos façam testes para saber se estão infectados.
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"Tanto os atletas quanto as pessoas devem fazer os testes como uma forma de controle e precaução, mas a volta aos treinamentos normais e as competições ainda não devem ocorrer agora. Consideramos muito precipitado o retorno as competições pelo atual estágio da pandemia no Brasil", completou Mezzadri.
Já no terceiro cenário as competições coletivas poderão ser realizadas, ainda sem público e com pequenos grupos de treinamento, evitando o máximo possível qualquer aglomeração, mas também seguindo o protocolo de uso de máscaras, álcool em gel, equipamentos individuais e testes de infecção.
Torcidas em estádios e ginásios e a prática normal dos esportes apenas no quarto cenário, que só acontecerá quando existir uma vacina contra o Covid-19, o que, possivelmente, só acontecerá em 2021.
"Gestores públicos, da iniciativa privada, atletas e espectadores terão que compreender o atual momento. Sabemos que as competições não devem começar agora, não podemos ter contato físico e a grande maioria das modalidades esportiva requer esse contato. Dificilmente haverá jogos com torcida enquanto não existir uma vacina para a Covid-19", completou o professor.