Depois de meses de novela, Athletico, Coritiba, Bahia, Ceará, Fortaleza, Internacional, Palmeiras e Santos finalmente começaram a receber a cota de TV fechada do Brasileirão 2020.
A Turner, dona do canal TNT, iniciou em setembro o pagamento de R$ 9,6 milhões por clube. A quantia, que é referente a 50% do contrato, será quitada em três parcelas mensais. O restante do acordo (25% de audiência e 25% por desempenho) será pago após o término da temporada.
Parcelas atrasadas vinculadas à compensação pelas luvas extras pagas ao Palmeiras, em 2016, também estão sendo quitadas pelo conglomerado de mídia.
Segundo apurou a reportagem, o valor total da temporada é de R$ 154,6 milhões. O Fortaleza, que tem contrato individual bem abaixo dos rivais, agora está em um patamar de igualdade. Os outros sete clubes abriram mão de valores para que isso acontecesse.
Turner segue até o fim da temporada 2021
A Turner, que no início do ano cogitava abandonar as transmissões do Brasileirão, seguirá até o fim da temporada 2021.
Depois desse prazo, a empresa tem a opção de encerrar os contratos sem pagamento de multa, o que deve acontecer. Neste caso, os clubes retomam seus direitos de televisão fechada. A intenção deles é negociar em grupo com outro canal e já há sondagens no mercado.
Originalmente, o contrato com a Turner, assinado em dezembro de 2016 e iniciado em 2019, terminaria somente no fim de 2024. O Internacional, no entanto, é exceção: o time gaúcho assinou com o SporTV para 2021 e fica apenas mais esta temporada na TNT.
Entenda o caso da cota da Turner no Brasileirão
No início de agosto, a Gazeta do Povo noticiou que as equipes estavam muito perto de resolver o longo imbróglio com o grupo de mídia americano. A bandeira branca veio após meses de muitos conflitos.
Em abril, a Turner abriu guerra contra seus contratados, quando enviou de surpresa notificações extrajudiciais citando o contrato do Brasileirão. A empresa alegou quebra de cláusulas que gerariam multas rescisórias de R$ 287 milhões para cada um dos times, que contestaram a legalidade da ofensiva.
A ideia inicial dos americanos era se livrar do produto Brasileirão sem pagar nada, mas a tarefa se provou complicada por diversos aspectos. Após o surgimento da Medida Provisória 984 e do aumento da pressão dos clubes, que fizeram lobby junto ao presidente Jair Bolsonaro, houve recuo na ideia.
Um caminho judicial foi considerado muito demorado e incerto pela programadora, que decidiu tentar resgatar o relacionamento. Em maio, os clubes já haviam decidido juntar forças e formar um bloco de negociação. A empresa de mídia Livemode foi contratada para mediar as tratativas. A participação, aliás, foi essencial para que um improvável acordo fosse delineado.
Turner desistiu da MP 984
A Turner até cogitou utilizar a MP do mandante para aumentar seu cardápio de jogos, mas sofreu derrotas na Justiça e aparentemente abandonou a ideia. Atualmente, a TNT pode mostrar 56 jogos da Série A, sempre envolvendo seus oito contratados.
Caso a empresa tivesse uma decisão favorável, teria 152 jogos para escolher – todos os de Athletico, Coritiba, Bahia, Ceará, Fortaleza, Internacional, Palmeiras e Santos como mandantes. No entanto o número máximo de transmissões, por contrato, é de 76 partidas na temporada.
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