Em Londres
Atletas nascidos no Paraná ou que adotaram a região como casa já têm espaço assegurado na Olimpíada. Confira como está essa luta:
Garantidos
Basquete feminino: Fran (pivô), Nádia (pivô), Palmira (ala).
Ciclismo: Gregolry Panizo e Rafael Andriato (estrada).
Esgrima: Athos Schwantes (espada).
Futebol feminino: Karen e Renata Costa (zagueiras).
Ginástica artística: Ethiene Franco e Harumi de Freitas.
Handebol feminino: May Fier (central).
Judô: Rafael Silva* (categoria +100 kg).
Natação: Henrique Rodrigues (200m medley).
Taekwondo: Natália Falavigna (categoria +67 kg).
Vela: Bruno Fontes (classe laser standard).
Vôlei masculino: Giba (ponteiro) e Marlon (levantador).
Ainda na batalha
Atletismo: Vanda Gomes (revezamento 4 x 200m) tem até 1º de julho para conseguir o índice.
Vôlei feminino: Mari* (oposto) e Natália (ponteira) a partir do dia 9, a seleção tenta a vaga olímpica no Sul-Americano, em São Carlos.
Vôlei de praia: Emanuel ao lado de Alisson, forma a dupla brasileira mais bem ranqueada no Circuito Mundial. Só aguarda a convocação da CBV.
Azarão
Triatlo: Juraci Moreira tenta a quarta participação olímpica. O Brasil terá duas vagas. Uma é de Reinaldo Colucci, ouro no Pan de Guadalajara. Juraci é o quarto melhor brasileiro no ranking olímpico.
* Atletas nascidos em outros estados, mas radicados no Paraná.
"Ufa, consegui". Alívio, conta o esgrimista Athos Schwantes, foi a primeira sensação que teve ao vencer o argentino José Domínguez na semifinal do Torneio Pré-Olímpico disputado no Chile, na semana passada. Ele perdeu a final, mas o resultado foi suficiente para que o curitibano de 27 anos conquistasse um feito inédito: é o primeiro paranaense a defender o Brasil em Jogos Olímpicos na esgrima.
O torneio era a última chance de carimbar o passaporte para Londres. No duelo decisivo, conta, colocou na ponta da espada a rivalidade com os hermanos.
"Tecnicamente, temos outros adversários mais fortes, mas, nas categorias de base da esgrima, Brasil e Argentina são rivais assim como no futebol e levei isso comigo para a disputa", conta.
Mas a vontade de vencer não seria suficiente sem a mudança radical que ele fez no último ano. Depois de ficar de fora dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, foi para Roma, na Itália, onde mora com a esposa e treina com o técnico Filippo Lombardo, junto do atual campeão mundial na espada, Paolo Pizzo, e com sabrista brasileiro classificado para os jogos na capital inglesa Renzo Agresta. "Estou com os melhores do mundo, o que me deu um ótimo ganho técnico e, em pouco tempo, maior confiança nas competições."
Entre os feitos recentes, Athos conseguiu sua melhor colocação em uma etapa do Grand Prix (26.º lugar), vencendo o campeão mundial de 2009, o que o colocou na 63.ª posição do ranking mundial.
Pela distância do top 10 na modalidade é de se concluir que o curitibano está longe de ser o favorito entre os 40 esgrimistas que disputarão o ouro olímpico. Mas o espadista afirma que vai usar o lado psicológico dos adversários. "Com o apoio do Marco Ferreira [psicólogo esportivo], tenho feito isso cada vez melhor. No Pré-Olímpico mantive o controle da luta contra o Domínguez na semifinal da forma que meu técnico orientou: precisava baixar a adrenalina dele, que vinha de uma vitória importante, sobre o 26.º do ranking mundial. Consegui", comemora.
O apoio financeiro que o curitibano conseguiu nos últimos anos, que bancam sua estada permanente na Itália, também tornaram a classificação inédita possível. Ele recebe o soldo do Exército, onde é sargento formado para competir. Também recebe a Bolsa Atleta (programa do Ministério do Esporte) e o apoio da Petrobras, que desde o ano passado patrocina o esgrima, o tae kwon do, levantamento de peso, remo e boxe. A empresa estatal investirá, até 2016, R$ 100 milhões em atletas de alto rendimento nesses cinco esportes.
"Esse recurso é essencial para competir internacionalmente, fazer estágios. Os resultados virão, incentivando cada vez mais as empresas privadas a também investirem no esporte", fala Athos.
No nome e no sangue
Até 2011, a meta a curto prazo do curitibano era igualar o feito do pai, Ronaldo, medalhista de bronze na espada nos Jogos Pan-Americanos de 1975. Mas levou o pai às lágrimas com a classificação olímpica com o feito inédito no Paraná.
"Foi emocionante quando cheguei no aeroporto na volta do Chile. Pensei que só minha mãe estaria lá, mas estavam todos da família, amigos, com cartazes para me receber", fala Athos, que não recebeu este nome por acaso.
"Sim, foi por causa do personagem do livro [Os três Mosqueteiros]", fala o curitibano. "Meu pai leu todos os livros do [Alexandre] Dumas e escolheu este nome para mim para me influenciar a seguir no esporte. Não me obrigou a fazer esgrima, mas ficou muito feliz em ter toda a família seguindo seus passos", completa.
Os outros irmãos Schwantes também são esgrimistas. Lorana compete como amadora e Ivan também é técnico de paratletas.
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