O esgrimista Athos Schwantes treina para, em 2011, tentar repetir o feito do pai: conquistar uma medalha na espada nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, em outubro. Ronaldo Schwantes foi o último brasileiro a subir no pódio da modalidade, com o bronze, em 1975. Assim como o campeonato deste ano, o de 36 anos atrás também foi no México.
Apesar de ser o primeiro do ranking nacional, o paranaense Athos não depende só dele para concretizar o projeto. A esgrima nacional classificou-se em cinco das seis modalidades a serem disputadas. A exceção foi justamente a espada masculina, que ficou em 9.º lugar no Pan-Americano da modalidade, disputado em agosto, em Porto Rico. Garantiam vaga para o Pan de 2011 os oito primeiros colocados. "Dependemos de alguma das seleções desistir da vaga. Somos os próximos da lista. Nos Pans anteriores, não foi incomum isso acontecer", diz o vice-presidente e supervisor técnico da Confederação Brasileira de Esgrima, Ricardo Pacheco Machado.
"O problema foi a regra de sorteio das chaves. Caímos na primeira eliminatória contra Cuba [equipe mais forte das Américas]. Perdemos por 42 a 41. Aí, só nos restou lutar pela 9.ª posição, a melhor que poderíamos conquistar", diz Athos.
Aos 26 anos, ele treina confiante de que estará em seu terceiro Pan-Americano. "No primeiro, ainda era inexperiente, tinha apenas 18 anos. No segundo, fui melhor, mas não o suficiente. Para 2011, sei que tenho condições de medalhar", diz, mais preocupado em estar pronto caso o Brasil consiga a vaga do que em elucubrar de qual seleção será mais provável herdar a classificação.
Futuro
Um bom desempenho no Pan é pré-requisito essencial para o curitibano de família de esgrimistas conquistar o objetivo principal: a vaga inédita para os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. "O Pan do México não pontua para o ranking mundial. Mas lá estarão os melhores atletas das Américas. Sem contar que posso repetir o feito do meu pai", fala. Hoje, Ronaldo é um dos técnicos do filho. O outro é Fernando Kato.
Enquanto o primeiro tende a orientar o filho para as situações de combate, Kato prefere ensaiar a minúcia de cada movimento. "São dois trabalhos que se complementam. E que começa em dias de competição. Depois dos combates, passamos dias assistindo a vídeos meus e de meus adversários para avaliar as técnicas, onde melhorar, o que corrigir. Além de ler muito. A esgrima é um esporte que exige muita leitura dos tratados sobre o esporte", diz Athos.
Apesar de treinar desde os 7 anos e aos 15 ter decidido levar a esgrima como profissão, só a partir do ano passado ele conseguiu condições profissionais para competir: uma equipe multidisciplinar completa e apoio financeiro para manter os treinamentos e competições. Hoje, recebe uma ajuda do Bolsa Atleta, programa de incentivo ao esporte de alto rendimento do governo federal. Também tem apoio das Forças Armadas. No ano passado, formou-se sargento do Exército para disputar os Jogos Mundiais Militares, em julho de 2011, no Rio de Janeiro.
Em Curitiba, o Sargento Schwantes defende o Círculo Militar do Paraná há 19 anos. Grande parte desse período foi ao lado do irmão Ivan, que tem se dedicado mais ao trabalho de técnico. Treina em uma academia no bairro Água Verde, onde tem o suporte, além dos dois técnicos, de preparador físico, nutricionista, fisiologista, médico esportivo e o psicólogo esportivo Marco Ferreira. "Ele tem me auxiliado a me conhecer mais como atleta, dominar melhor meu corpo, planejar melhor meus treinamentos. Já tenho visto resultados práticos desse suporte", diz Athos.
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