Coritiba e Atlético fazem no próximo domingo (22) o primeiro clássico Atletiba depois da recente reaproximação dos clubes nos bastidores. Após anos de hostilidades, guerras de notas oficiais e passos para trás, a nova diretoria Alviverde possibilitou a volta ao diálogo entre os dois maiores clubes do Paraná.
O novo panorama colocará à prova o bom clima que tem gerado uma série de ações em conjunto e muitos avanços observados no último mês. Lado a lado, dirigentes têm negociado patrocínios, divisão de porcentuais de direitos econômicos de jogadores, verbas de televisão, lei de responsabilidade fiscal dos clubes e estratégias de marketing para alavancar números de sócios.
Dentro de campo, no entanto, representantes das duas equipes garantem que a rivalidade vai continuar a mesma. Salim Emed, vice-presidente do Atlético, disse que a aproximação nos bastidores poderá se reverter em ganhos administrativos e pode repercutir nas arquibancadas. "Eventos comuns dos dois clubes trarão também paz e harmonia entre torcedores. Toda a rivalidade tem de ficar apenas no campo. Assim, certamente vamos crescer."
"O momento [dos rivais] é muito saudável, no qual visamos o crescimento, cada um de sua instituição. Achamos necessário estarmos em conjunto em algumas ações para fortalecimento", resumiu André Macias, um dos vice-presidentes do Coritiba. Para ele, os negócios extracampo não vão interferir em nada no desempenho das equipes dentro das quatro linhas.
Mas em Atletiba sempre há questões delicadas, como a divisão de torcidas. O presidente atleticano, Mario Celso Petraglia, entusiasta de clássicos com torcida única, chegou a se reunir com o secretário municipal Ricardo MacDonald para pedir apoio da prefeitura para fortalecer a posição.
Reaproximação
A reaproximação dos rivais, no entanto, ajudou a superar esse obstáculo. Após encontro realizado entre os dirigentes na última sexta-feira, ficou decidido que os clássicos deste ano terão a presença das duas torcidas. Um grande passo. No ano passado, por exemplo, o Ministério Público chegou a interferir para garantir a presença da torcida coxa no clássico disputado em Maringá.
A arbitragem também já foi motivo para trocas de farpas no passado e parece que vai continuar sendo. Petraglia chegou a ser suspenso e apenado com multa por ter ofendido o auxiliar Carlos Braatz, em 2012, pelo Twitter, chamando-o de "Coxa Blatz" e alegando que um "si$tema" estava agindo para interferir no resultado. Certamente o assunto mais delicado da relação Coxa-Furacão. "Prefiro não falar de arbitragem", enfatizou Macias.
No primeiro Atletiba harmonioso dos últimos anos, espera-se um comportamento exemplar do torcedor. Ingressos para as torcidas visitantes serão vendidos nos estádios rivais e uma intensa campanha pela paz norteará as ações de marketing dos clubes nessa semana. "Há um compromisso tanto da nossa parte quanto da deles para um clássico pacífico. Fazemos um apelo para que os torcedores venham assistir a um grande jogo, apoiar o time, sem violência", concluiu Macias.
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