O Atlético perdeu ontem o líder do time que deu ao Rubro-Negro o eterno apelido de Furacão. Nillo Biazzetto tinha 89 anos e foi zagueiro e capitão da equipe campeã paranaense em 1949, com uma campanha histórica: 11 vitórias seguidas. Um câncer no sistema linfático tirou a vida de uma figura que se dedicou ao mesmo tempo a duas carreiras: no Atlético e no Banco do Estado (Banestado).
A dobradinha jogador-bancário começou praticamente ao mesmo tempo, na virada da década de 1930 para 40. Nillo havia trocado o Coritiba (clube então mais próximo à sua casa) pelo maior rival e, logo depois, passou em quarto lugar no concurso do banco. Os principais diretores da instituição eram atleticanos e devem ter ficado felizes com os feitos do funcionário dentro de campo: campeão paranaense em 1943, 45 e 49, além de ter vestido a camisa rubro-negra por 12 anos.
"Nillo Biazzetto era um zagueiro vigoroso, bom marcador e leal", afirmou o historiador do Atlético, Heriberto Ivan Machado. Entre os ex-companheiros, fica o lamento pela perda de um amigo. "Ele era extraordinário como jogador e como pessoa. Era um verdadeiro capitão e líder daquele Furacão e, além de companheiro, foi um grande amigo", diz Jackson Nascimento, hoje com 87 anos, atacante do time de 1949.
Aquele ano, aliás, rendeu a Nillo o apelido de Capitão Furacão, graças a um time que em 12 jogos fez 49 gols e levou 19. O feito histórico da sequência de vitórias só foi superado pelo Atlético em 2008. "É uma grande perda e que merecia muito mais reconhecimento do Atlético. Mas o nome dele nunca vai desaparecer da história", comenta Jackson, que descreve Nillo como alguém com inteligência e autoconfiança acima da média.
Tais características ficavam evidentes para os novatos do clube. "Ele impunha respeito. Quando os mais jovens chegavam ao time profissional, como eu, tínhamos de respeitar a figura do Nillo", diz o parceiro dele de defesa nos anos 1940, Waldomiro Galalau.
Líder fora dos campos
Depois de anos como capitão do time, decidiu parar e se dedicar à vida de bancário. Nillo pendurou as chuteiras em 1952 e já no ano seguinte assumiu a presidência do Sindicato dos Bancários do Paraná, cargo que ocupou por três gestões. Mas, mesmo assim, nunca se afastou do Atlético. Foi conselheiro do clube e entre 2002 e 2003, presidiu o Conselho Deliberativo.
O ex-jogador atleticano começou a ser velado na noite de ontem na sala VIP da Arena da Baixada. Às 16 h de hoje, o corpo segue para uma cerimônia de cremação restrita aos familiares, no Crematório Perpétuo Socorro, em Campo Largo.
Prejuízo recorde ressalta uso político e má gestão das empresas estatais sob Lula 3
Moraes enfrenta dilema com convite de Trump a Bolsonaro, e enrolação pode ser recurso
Carta sobre inflação é mau começo para Galípolo no BC
Como obsessão woke e negligência contribuíram para que o fogo se alastrasse na Califórnia