Atlético aposta na assiduidade do “ladrão”

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"Mas que frio faz aqui", constatou o lateral-esquerdo Márcio Azevedo ao se aproximar para dar entrevista no fim da tarde de ontem, no CT do Caju. Mesmo há mais de um ano em Curitiba, o paraibano de Guarabira ainda não se acostumou com a temperatura. Pelo menos o frio não tem sido desculpa para tirá-lo dos jogos do Atlético no Bra­sileiro. O camisa 6 é o jogador que mais atuou pelo clube na competição – 22 vezes e sempre como titular.

Ele ficou fora apenas da derrota para o Avaí, por 3 a 1, na 14.ª rodada, quando estava suspenso. A presença constante de Azevedo na equipe produz números que surpreendem o próprio atleta. Mesmo com características extremamente ofensivas, o atleticano é o lateral que mais desarma no Nacional: 59 vezes, produzindo a média de 2,68 roubadas de bola por partida, segundo a estatística do site Globoesporte.com.

"Estou sabendo disso agora. Sou bem mais ofensivo do que defensivo", reconheceu, mais surpreso ainda ao saber que mesmo os volantes titulares do Furacão estão atrás dele no quesito. Valencia roubou 37 bolas em 17 jogos e, Rafael Miranda, 24, também em 17 partidas. "O Márcio é bom driblador, rápido, ofensivo e marca muito bem", elogiou o técnico Antônio Lopes.

No entanto, apesar de sua presença no time estar longe de ser contestada, no ataque Azevedo anda devendo. Deu apenas dois passes para gol no Brasileiro e admite que o pouco apoio dos alas (dele pela esquerda e de Wesley pela direita) tem contribuído para o time não marcar gols há três rodadas.

"O professor (Lopes) tem cobrado da gente. Precisamos dar mais opções e apoiar mais", disse. "O Márcio e o Wesley são sempre duas preocupações para os adversários", avisou o técnico.

A condição de titular absoluto é coisa recente para Márcio Azevedo. No ano passado e no Paranaense-09, era sempre preterido por Netinho.

"Não vou citar nomes, mas disseram que estava mal fisicamente. Trabalhei duro para ficar bem e agora sou titular", comenta o jogador, provavelmente referindo-se a alguém da comissão técnica comandada por Geninho no início do ano.

Sem desavenças e sem ninguém para sacá-lo, Azevedo curte seu momento, apesar do frio. "Sou da Paraíba, né."