Legislação
Um estrangeiro deve ficar fora
Além de questões burocráticas relacionadas ao visto de trabalho, de convencer Antônio Lopes e vencer a concorrência com os outros atacantes do elenco, Javier Toledo terá de se adaptar à legislação esportiva para poder jogar no Atlético. É que o artigo 36 do Regulamento Geral das Competições da CBF diz que "os clubes poderão incluir até três atletas estrangeiros nas suas partidas, dentre os relacionados na súmula". Na mesma linha segue o conjunto de normas da Federação Paranaense de Futebol (FPF).
Ou seja, o Rubro-Negro poderá usar em um mesmo jogo no máximo três dos quatro gringos do elenco (os colombianos Valencia, Vanegas e Serna completam o grupo). O contrato de Javier Toledo com o Furacão, assinado ontem, termina no fim do ano. O jogador veio por empréstimo. Seus direitos federativos pertencem ao Unión San Felipe, do Chile, e o Atlético tem a opção de comprar, até dezembro, 50% do atleta.
Entrevista
Javier Toledo, novo atacante do Atlético.
O que você conhece do futebol brasileiro e do Clube Atlético Paranaense?
Estou muito contente por ter chegado ao Atlético, com muita expectativa e gana de ganhar. Quero entrar logo no grupo e estar à disposição do técnico. Sei que o futebol brasileiro é muito competitivo e muito bom. Tenho também boas referências do Atlético.
Qual o seu estilo, como prefere jogar?
Sou 9, atacante de área, mas me adapto às necessidades do técnico.
O seu nome não constava na lista de reforços do Atlético. Te pegou de surpresa essa negociação?
Não, não. Tinha proposta da Argentina, mas preferi o Atlético. A expectativa é de ir muito bem aqui.
Conhece o Ariel Nahuelpan, centroavante do Coritiba? Chegou a conversar com ele antes de acertar com o Atlético?
Sim, eu conheço, já joguei contra ele. Mas ainda não conversamos. Hoje (ontem) é apenas o primeiro dia de treinamento no Brasil.
O que você espera desta passagem pelo Atlético?
Muito, espero aprender muito. Sou um jogador jovem (23 anos), que tem de aprender muita coisa ainda.
É Boca Juniors, River Plate ou Chacarita Juniors (clube em que iniciou a carreira)?
Sou torcedor do Boca.
Não é de hoje que o Atlético se debate em busca de um camisa 9 confiável. A procura vem desde 2008. E, por ora, nada de a torcida se contentar. Ontem, o clube apresentou o argentino Javier Toledo, o Pepe, de 23 anos, o terceiro reforço para o setor nesta temporada.
Pepe, ex-Al-Ahli (Emirados Árabes), não estará em campo no confronto de hoje, às 19h30, contra o Cianorte, na Arena. Ficará nos camarotes do estádio torcendo pelo recém chegado Bruno Mineiro e pelo prata da casa Marcelo, os titulares do momento após o técnico Antônio Lopes ter testado os jovens Wallyson, Bruno Furlan e Patrick o colombiano Serna, a outra cara nova da linha de frente rubro-negra, participou de parte da vitória sobre o Corinthians-PR (2 a 0), no sábado.
A série de mudanças indica que o treinador ainda não conseguiu solucionar o problema que atormentou também Ney Franco, Roberto Fernandes, Waldemar Lemos e Geninho, seus antecessores no cargo. Há dois anos, Franco e Fernandes viram o veterano Marcelo Ramos (negociado durante o Campeonato Brasileiro) fechar a temporada como principal artilheiro (14 gols), com os marcadores Alan Bahia (13) e Antônio Carlos (12) emparelhados. Em 2009 foi a vez de Rafael Moura, colocado para treinar em separado desde o fim de julho, liderar a lista de matadores do Furacão com 19 bolas na rede.
Ciente da abstinência ofensiva (o time terminou o Nacional como pior ataque 42 gols) e com Alex Mineiro em má fase, a diretoria abriu os cofres, investindo na aquisição de Serna, Bruno Mineiro e, agora, Pepe Toledo.
"Desses jogadores todos que temos, vou procurar colocar os dois melhores. Quem responder presente nos jogos, entra", explica Lopes, abrindo a concorrência. "Vou do meu jeito, mineirinho, pelas beiradas", diz Bruno Mineiro, autor de dois gols no Regional novamente o volante Alan Bahia, com quatro, aparece na artilharia.
O argentino sorri timidamente quando questionado sobre assunto. Pede até a ajuda de um intérprete improvisado (um auxiliar de cinegrafista) para responder.
"Quero demonstrar que posso jogar, ser titular. Vou mostrar no treinamento para depois fazer no jogo", resume ele, cria do Chacarita Juniores, um dos diversos clubes da grande Buenos Aires (cidade de General San Martín).
Pepe, porém, terá de esperar um pouco mais para se candidatar a acabar com a "síndrome da 9". Problemas burocráticos (visto de trabalho) devem adiar a estreia do atacante, fã de Gabriel Batistuta. Precisará, ainda, passar pelo crivo do Delegado. "Vi um teipe dele, um DVD no final do ano, quando estávamos atrás de atacante. Mas nunca o vi jogando. Gosto de dar opinião quando vejo o jogador em campo, duas, três vezes. Esse negócio de DVD, de melhores momentos... Prefiro ver os piores momentos", ressalta o técnico.
Adversário
No Cianorte, o técnico Luís Carlos Winck espera encerrar a série de jogos contra o trio de ferro com um bom resultado. Antes, o Leão do Ivaí perdeu para o Coritiba e empatou com o Paraná.
"A tabela nos impôs um desgaste muito grande. O importante é não perder", comentou.
Vágner cumpriu suspensão e volta ao meio no lugar de Rincon. No ataque, Tico Mineiro deve ser titular.
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Ao vivo
Atlético x Cianorte, 19h30, no PFC e no tempo real da Gazeta do Povo (www.gazetadopovo.com.br/esportes)
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Veja a ficha técnica do jogo Atlético X Cianorte
Em Curitiba
Atlético
Neto; Gerônimo, Manoel, Rhodolfo e Márcio Azevedo; Valencia, Alan Bahia, Alex Sandro e Netinho; Marcelo e Bruno Mineiro.
Técnico: Antônio Lopes.
Cianorte
Rai; Brinner, Márcio Nunes e Jean; Catatau, Vágner, Leandro, Flavinho e Claudinho; Tico Mineiro (Joiner) e Kena.
Técnico: Luiz Carlos Winck.
Estádio: Arena da Baixada. Horário: 19h30. Árbitro: Anderson Carlos Gonçalves. Auxs.: José Carlos Dias Passos e Sandra Maria Dawies.
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