Atlético começa mais uma semana apagando incêndio

Já com problemas sérios dentro de campo para resolver, a cada semana o Atlético ganha uma nova dificuldade para administrar fora das quatro linhas. Na passada, a preocupação era com as declarações do atacante Rafael Moura, após a desclassificação para o Chivas. Ontem, foi a vez de decidir o futuro do zagueiro Danilo, entender o pênalti bizarro cometido pelo He-Man diante do Fluminense e, por fim, teve até conversa com torcedores no CT do Caju.

O lado positivo disso tudo é que, pelo menos para o momento, essas questões parecem definidas. A começar pela primeira polêmica do fim de semana. Insatisfeito com a reserva para o confronto com o Tricolor, Danilo abandonou a concentração. Como resultado, o jogador foi suspenso por sete dias pela direção do clube.

"Consideramos como um ato de indisciplina e essa foi a melhor atitude que podíamos tomar", comenta Marcos Malucelli, vice-presidente de futebol e diretor do departamento jurídico do Rubro-Negro, que se reuniu ontem à tarde com Danilo (acompanhado de seu pai), Márcio Rivellino (empresário do atleta) e Mário Celso Petraglia, presidente do Conselho Deliberativo do Atlético.

Na segunda-feira que vem, ele volta a treinar, mas, de acordo com o técnico Geninho, não será mais aproveitado. E a tendência é que, caso suja alguma proposta, o jogador seja negociado imediatamente – o contrato dele com o Furacão vai até fevereiro de 2010 e, no encontro, não foi revelada nenhuma intenção de outros times em contar com Danilo.

Quanto às conseqüências do lance de Rafael Moura, no sábado – e apesar da confusão em que ele se envolveu recentemente –, ao que tudo indica os colegas parecem ter assimilado o pedido de desculpas.

No vestiário, ao final do primeiro tempo, o técnico Geninho reuniu o grupo e quis saber dele o que tinha acontecido para o gesto incompreensível de meter a mão na bola "na cara" do juiz. Moura admitiu o erro e se mostrou arrependido.

Em entrevista à rádio Band News, Mário Celso Petraglia comentou a jogada. "O caso do pênalti acontece. É claro que o moço é um rapaz sério, bem intencionado. Ele quer vencer, veio para o Atlético para recuperar a sua carreira. O que passou pela cabeça ninguém sabe, nem ele".

Sentimento que Moura manteve no CT do Caju. Geralmente brincalhão, ele voltou aos treinos de cabeça baixa, sem muita "resenha", como dizem os atletas. Mesmo assim, parou para conversar com um grupo de cerca de 30 torcedores, intitulados como da facção Zona Sul da torcida organizada Os Fanáticos, que esteve no Umbará ontem pela manhã.

Sem sucesso na intenção de entrar para cobrar o elenco atleticano – e vigiados pela Polícia Militar e pelos seguranças do clube – de forma pacífica os torcedores foram "interceptando" diversos jogadores que iam deixando o CT de carro. Pararam para ouvir os apelos da galera o lateral-direito Alberto, o meia Netinho e até o técnico Geninho, além do He-Man.