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Conclusão da Arena vive impasse: Atlético, prefeitura e governo do estado não assumem o custeio da obra | Daniel Derevecki/ Gazeta do Povo
Conclusão da Arena vive impasse: Atlético, prefeitura e governo do estado não assumem o custeio da obra| Foto: Daniel Derevecki/ Gazeta do Povo

Freio

Ministro pede arena simples para Brasília

Folhapress

O ministro Orlando Silva (Esporte) disse ontem que a reforma do es­­tádio brasiliense Mané Gar­­rincha deve ser alterada para ficar mais "modesto", o que deve tirar a arena da disputa para abrir a Copa 2014. O ministro quer que o governo do Distrito Federal reduza a capacidade prevista de 71 mil lugares para 30 mil.

"Insisto que tem que ser um projeto modesto. Existe a demanda para 70 mil lugares? Isso pode ser um erro, porque pode não ser o uso adequado do dinheiro público", disse.

Na prática, a redução da capacidade do Mané Garrincha para Copa 2014 inviabiliza que Brasília pleiteie a condição de ser o palco do jogo inaugural, restando ao Morumbi e o Mineirão a disputa para abrir o evento. Isso porque a ampliação do Mané Garrincha, projeto mais caro da Copa-2014, foi elaborada justamente para dar condições de Brasília tentar ser a arena da abertura.

"Vou argumentar com o governador que Brasília tem de ter a capacidade mínima, porque isso repercute no orçamento. O estádio não é só para Copa, é também para depois", afirmou o ministro. "Qual é a média de público do campeonato Brasiliense?", completou.

A licitação de R$ 740 milhões do Mané Garrincha foi liberada nesta semana pelo Tribunal de Contas do DF, mesmo sem o governo do DF ainda ter todo do dinheiro para a obra. O projeto é também suspeito de ter superfaturamento de R$ 74 milhões e a pressa para se adequar ao prazo da Fifa poderá fazer "sangrar" o dinheiro público, nas palavras do tribunal.

Rubro-Negro busca parceiros

Robson Martins, especial para a Gazeta do Povo

Enquanto os torcedores rubro-negros seguem na expectativa por reforços, a diretoria do Atlé­­tico trabalha em busca de mais parceiros que gerem renda ao clube. Segundo o diretor de marketing, Paulo César Verardi, negociações estão em andamento e novidades devem ser di­­vulgadas em maio.

Porém ele prefere não adiantar quais empresas foram contatadas. "Existem diversas negociações, mas nenhuma concretizada. Quando isso ocorrer, será anunciado. No mundo do negócio, o sigilo é im­­portante."

Segundo ele, a Copa do Mundo atrapalha. "Estamos com uma dificuldade adicional por causa do foco na Copa. Os grupos simpáticos ao investimento em futebol, na sua maioria, estão focados nela", explicou. "Isso prejudica um pouco, mas não impede as negociações", complementou.

No futebol, enquanto não chegam os reforços, mais atletas são colocados à disposição para serem negociados (pois já atingiram a idade limite para voltar aos juniores). Ontem o meia Kaio juntou-se aos já anunciados Raul, Gerô­­nimo e Patrick.

Réus

O STJD marcou para o dia 5 de maio o julgamento do zagueiro Manoel e do palmeirense Danilo. No jogo de ida pelas oitavas da Copa do Brasil, o atleticano tentou dar uma cabeçada e pisou no adversário. O ex-jogador do Furacão cuspiu em Manoel e o chamou de "macaco".

Às vésperas do prazo estipulado para o início das obras nos palcos da Copa de 2014, marcado para segunda-feira, o Atlético endureceu a cobrança ao po­­der público quanto à partilha de custos de ampliação da Arena –sob a amea­ça de não mexer no seu estádio .

"Eu afirmo para você, se não houver participação dos governos municipal e estadual, o Atlético não vai fazer nada. A obra não vai sair", declarou ontem à Gazeta do Povo o vice-presidente e diretor de obras do clube, Enio Fornea.

Responsável por acompanhar a condução do projeto local, o dirigente lamentou o pouco avanço nas negociações sobre uma participação maior do estado e da prefeitura e reconheceu a ameaça de Curitiba ficar de fora do Mundial.

"Não acho que isso (um eventual corte da cidade da lista de subsedes) vá manchar a imagem do Atlético. Vamos até sair fortalecidos, pois Curitiba só foi escolhida por causa da Arena. Caso contrário, teriam de investir R$ 500 mi­­lhões em outro estádio. Se não fizerem nada, não faremos também", intimou.

Nesta semana, em visita à cidade, o ministro do Esporte, Orlando Silva, cobrou agilidade dos municípios escolhidos e disse acreditar que a capital paranaense teria um papel importante na Copa.

"O ministro sabe do nosso posicionamento. O evento não é só do clube, é da cidade e do estado. Nos­­so compromisso é bancar 30% do custo (orçado em R$ 138 milhões). Isso já teríamos de gastar para concluir nosso estádio dentro das exigências dos torneios que disputamos. O resto (para adequação ao caderno de encargos da Fifa) terá de ser investido", cobrou.

O governador Orlando Pessuti, integrante do comitê executivo da Copa de 2014 em Curitiba, mostrou-se tranquilo quanto à conclusão da Arena. "Quando se fala em estádio, dizem que quem não começar as obras até maio está fora, mas o estádio está com 70% das obras prontas", afirmou ele, na segunda-feira. "Conversei com o (Lu­­cia­­no) Ducci (prefeito de Curitiba) para que possamos ajudar o Atlé­­tico a encontrar parceiros para fi­­nalizar a obra. Não tenho dúvidas de que o Joaquim Américo será o primeiro estádio a ficar pronto", acrescentou.

Fornea, entretanto, duvida do investimento privado. "É uma conta que não fecha. Nenhum estádio vai dar o retorno do investimento que for feito". O dirigente também declarou desconhecer o boato que circulou durante a visita ministerial de a Copel ser apontada como naming rights da Arena.

A maior indignação do vice-presidente rubro-negro deve-se ao fato de que as praças públicas contarão com dinheiro das esferas go­­vernamentais, enquanto a Baixa­­da, por ser privada, não gozaria dos mesmos benefícios. "Vários es­­­tádios receberão R$ 600 milhões, R$ 700 milhões. Nós não vamos comprometer o nosso futuro por causa da Copa", prometeu.

O clube admite aceitar uma linha de financiamento oferecida pelo Banco Nacional de Desen­­vol­­vi­­­­mento Econômico e Social (BNDES), mas apenas no valor de um terço da obra. "Estive duas ve­­zes em Brasília para tratar disso. O BNDES não tem nenhuma solicitação ainda de empréstimo. E mesmo que tivesse a liberação demora dez meses."

Na reunião do conselho deliberatido atleticano, segunda-feira, o presidente Marcos Malu­­celli teria dito que – na atual circunstância – não crê mais na realização dos jogos do Mundial em Curitiba.

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