Outro lado
Malucelli critica negócio de Petraglia
O ex-presidente do Atlético, Marcos Malucelli, criticou o acordo para desfazer o negócio realizado por ele. Para o advogado, o clube deveria ter ficado com uma participação dos direitos de Morro, para lucrar com uma futura transferência do atacante de 21 anos. "Se eles dizem que o negócio que eu fiz foi ruim, o deles foi péssimo. A fama de bom negociador do Petraglia ficou no passado, junto com a de bom administrador", criticou Malucelli. Segundo o ex-dirigente, o Atlético perde dinheiro ao aceitar os US$ 2 milhões tendo pago US$ 3,2 milhões. "E ainda vão receber em quatro parcelas? Pior ainda."
Morro chegou em junho do ano passado para solucionar a falta de gols do time. Em 16 jogos no Brasileiro-2011, marcou duas vezes. As críticas a sua contratação se tornaram uma das bandeiras da candidatura de Petraglia à presidência. Eleito, o dirigente prometeu desfazer a compra de Morro, escalado em apenas dois jogos na sua gestão.
O Atlético conseguiu zerar a compra mais cara da sua história e do futebol paranaense. Uma reunião nesta quinta (16), em Montevidéu, acertou o distrato da transferência de Santiago "Morro" García do Nacional para a Baixada.
O acordo assinado entre os clubes e a Guardian Universal Limited, empresa que representa o jogador prevê a devolução do atacante ao time uruguaio e que o Rubro-Negro seja reembolsado em US$ 2 milhões, valor repassado ao Nacional por 50% dos direitos do atleta ainda foi pago US$ 1,2 milhão à Guardian. Também fica suspensa a compra da outra metade, prevista em contrato por US$ 2,4 milhões.
Mario Celso Petraglia, presidente do Atlético, passou os quatro últimos dias em Montevidéu tentando encerrar o imbróglio envolvendo o jogador, fora dos planos da atual diretoria. O Nacional considerava que o Rubro-Negro era obrigado a adquirir a metade dos direitos do jogador que ainda lhe pertencia, enquanto o time paranaense entendia ter a opção de não fazer a compra.
A primeira solução discutida foi encontrar um comprador para a parte do Nacional. O Kasimpasa, da Turquia, e o Grasshoppers, da Suíça, surgiram como candidatos. Depois, o clube turco demonstrou interesse em adquirir também a parte do Atlético.
O caso, contudo, sofreu uma reviravolta na quarta-feira (15) à tarde, com duas decisões judiciais. O juiz substituto da 18.ª Vara Cível de Curitiba, José Eduardo de Mello Leitão Salmon, concedeu tutela antecipada ao Atlético, na ação em que o clube pedia a rescisão do contrato de imagem do jogador, com base na suspensão de Morro por doping.
Já a juíza Ana Maria das Graças Veloso, titular da 7.ª Vara do Trabalho, recusou o pedido de tutela antecipada dos advogados do atacante, que tentavam a rescisão de contrato do jogador e cobravam os direitos de imagem atrasados desde janeiro o Atlético não faz o pagamento, correspondente a 80% da remuneração do atleta.
Com as decisões favoráveis ao Atlético e o fechamento da janela de transferências para o Uruguai hoje, o Nacional aceitou receber novamente o jogador e pagar os US$ 2 milhões recebidos no ano passado. O reembolso será feito em quatro parcelas de valores diferentes, começando em novembro e terminando no fim de 2013. As duas ações judiciais também serão extintas.
"Para que o atleta possa seguir sua carreira normalmente, decidimos abrir mão de algumas coisas, inclusive dos direitos de imagem atrasados", explicou o advogado de El Morro, Décio Neuhaus.
Daniel Fonseca, empresário do atacante e dono da Guardian Universal Limited, investidora do Nacional, também abrirá mão do que tinha a receber. No caso, US$ 600 mil, pagos em duas parcelas, em setembro deste ano e março de 2013. Fonseca recebeu US$ 1,2 milhão no ano passado pela negociação. A parte dele não será devolvida aos cofres atleticanos.
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