O duelo do Atlético com o xará mineiro, no próximo domingo (24), na Arena da Baixada, colocará frente à frente dois estilos de gestão completamente opostos. Em comparação com a receita do clube, o Furacão é o que menos gastou com futebol entre os 20 clubes da Série A no ano passado. Já o time de Belo Horizonte é o mais consumista do país.
Em 2014, o Rubro-Negro arrecadou R$ 154,7 milhões e gastou R$ 69,8 milhões no departamento de futebol, ou seja, 45% do total. O investimento do Galo é mais de duas vezes maior. Entraram nos cofres do clube R$ 178,9 milhões, mas a quantia colocada dentro de campo extrapola a entrada de recursos: R$ 189,6 milhões, uma proporção de 106%.
Os números foram obtidos a partir dos balanços financeiro dos clubes, compilados por Amir Somoggi, especialista em marketing e gestão esportiva. Os gastos elevados do Atlético-MG contrariam a Medida Provisória do Futebol, assinada pela presidente Dilma Rousseff no último mês de março. A MP prega um gasto de, no máximo, 70% das receitas com futebol caso queiram renegociar as dívidas fiscais com a União. Além do Furacão, hoje apenas Goiás, Flamengo, Vasco e Fluminense gastam menos do que esse valor.
“Os dois Atléticos têm gestões antagônicas do ponto de vista financeiro. Enquanto o time paranaense foca na responsabilidade administrativa, o mineiro, desde 2003, só acumula prejuízos e já é o maior devedor do governo”, analisa Somoggi.
Pelos valores de 2014, o Galo tem a segunda maior dívida fiscal do Brasil – R$ 234,5 milhões –, atrás apenas do Flamengo (R$ 354,6 milhões). O Atlético é o 20.º, com R$ 1 milhão em débitos.
A ótima saúde financeira rubro-negra, porém, não se reflete em bons resultados e títulos. Os torcedores da equipe mineira tem tido mais momentos felizes. Resultado de um vice-campeonato brasileiro (2012), além dos inéditos títulos da Libertadores (2013) e da Copa do Brasil (2014). Já o time da Baixada se destacou nos últimos anos por um terceiro lugar no Nacional e um da Copa do Brasil, ambos em 2013.
Somoggi entende que os torcedores prefiram o estilo de gestão do alvinegro mineiro, mas defende que, no futuro, a boa administração financeira vai fazer a diferença. Os times que tiveram alegrias agora de forma inconsequente, vão sofrer.
“O Atlético-MG vive do céu ao inferno. Com uma ‘canetada’ e a execução da dívida, o clube desmorona. Não é à toa que sofreu quando teve o dinheiro da venda do [atacante] Bernard bloqueado”, afirma, argumentando que os clubes sem dívidas poderão melhorar o elenco, enquanto os endividados precisarão se desfazer dos jogadores.
“O Atlético Paranaense tem de usar o exemplo do Atlético de Madrid, que tem a receita quatro vezes menor do que Barcelona e Real Madrid, mas através de um bom projeto esportivo, um bom técnico, bom elenco, transformou-se em uma potência recente”, cita o especialista.
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