A instabilidade de Jürgen Klinsmann à frente da seleção alemã causa calafrios na torcida atleticana. Afinal, Lothar Matthäus é candidato para assumir o posto, e uma possível demissão do ex-parceiro nos gramados poderia representar o fim do casamento internacional do Atlético. Ainda mais quando em meio à maior crise de Klinsmann, por conta da derrota vexatória para a Itália por 4 a 1 e o não comparecimento ao workshop dos técnicos na Alemanha Matthäus viajou à Europa, e tem seu nome ventilado pela imprensa internacional para segurar a bomba.
Entre os rubro-negros, não falta quem "ligue os pontos" e já enxergue um futuro sombrio. Entretanto, pelo menos a princípio, não há motivo para soar o alarme. Apesar de não ter dado um prazo, Matthäus voltará assim que resolver seus problemas pessoais na Hungria, com a esposa Marijana, motivo alegado para deixar o clube pouco antes da fase final do Paranaense. E como o primeiro jogo das quartas-de-final contra a Adap será neste domingo, dificilmente ele estará presente. Caso isso se confirme, Vinícius Eutrópio comandará a equipe.
Para a diretoria do Furacão, a ausência é justificada, e não implicará em problema algum. "Se ele alega ser indispensável o seu afastamento por uns dias, só nos resta concordar. Temos uma relação profissional. Não somos parentes, então a vida pessoal do Matthäus não nos diz respeito. Acreditamos na seriedade dele", disse João Augusto Fleury, presidente do clube.
Segundo Fleury, o alemão estará em contato telefônico permanente e deixou toda a programação ajustada. Em relação às especulações de que Matthäus poderá assumir a seleção, o dirigente acredita que faz parte do "pacote" da contratação, e que notícias desse tipo, assim como as faltas do técnico, são normais. "Quando o trouxemos sabíamos disso tudo. Ele é uma celebridade, tem a vida voltada para os grandes eventos".
Além do compromisso de retornar ao Atlético, as chances de Matthäus assumir a seleção de seu país às vésperas da Copa do Mundo são muito pequenas. As (poucas) especulações giram mais em torno do imponderável do futebol, do que propriamente de fatos concretos.
"O Klinsmann não vai ser demitido até porque não existe um plano B. São muitas as críticas, inclusive por parte do Franz Beckenbauer, mas seria uma surpresa incrível. Esse tipo de atitude não faz parte da cultura germânica", disse Gerd Wenzel, comentarista da ESPN Brasil e especialista em futebol alemão.
E se a chance de uma troca há três meses da Copa é pequena, para Wenzel, a possibilidade de Matthäus assumir é ainda menor. "Eles têm outros nomes. Acho particularmente muito difícil".
É a mesma opinião do jornalista Jens Glüsing, correspondente no Brasil da revista alemã Der Spiegel. "Tenho acompanhado o noticiário e não creio que isso possa acontecer", disse.
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