Douglas Coutinho: maduro| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Técnica ainda não é difundida no futebol

O coaching é bastante difundido no mundo coorporativo (cresce 300% por ano segundo a Sociedade Latino-Americana de Coaching - SLAC), mas ainda engatinha no futebol. De acordo com Sullivan França, presidente da SLAC, os clubes só procuram profissionais da área quando estão à beira do abismo.

"O Flamengo e o Palmeiras acionaram o coaching quando estavam praticamente rebaixados, escaparam, e pararam o trabalho. É assim o tempo todo. Tem que continuar", afirmou.

Para França, a tendência de um trabalho a longo prazo é a obtenção de resultados muito melhores.

Segundo Renato Duprat, do Doyen Group, que adquiriu parte dos direitos econômicos de Douglas Coutinho, a ideia do grupo é ampliar esse tipo de trabalho para outros de seus jogadores.

"Os outros clubes não fazem isso e o pessoal do Atlético faz muito bem feito. Se puder vamos fazer mais disso", conclui. (ELK)

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O atacante Douglas Coutinho vem sendo uma espécie de cobaia de um novo trabalho desenvolvido pelo Atlético. Usando o processo de coaching (orientação com especialistas de diversas áreas da ciência), o objetivo do clube é corrigir falhas, potencializar habilidades e preparar os jogadores para uma inserção menos turbulenta no mercado do exterior. Negociado com o Doyen Group por cerca de R$ 14 milhões e aguardando transferência para a Europa, o avante segue treinando no CT do Caju.

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Depois da transação efetivada, o Atlético acionou o banco de dados do Departamento de Inteligência para iniciar um comparativo entre os números de Coutinho (passes, roubadas de bola, posicionamento) e de vários atacantes "parecidos" dos clubes interessados por ele. "Ele foi o primeiro a fazer esse trabalho. Relacionaram os clubes interessados e compararam item por item com possíveis companheiros de equipe, focando no que precisava ser melhorado", explicou o empresário do jogador Taciano Pimenta.

Renato Duprat, representante do Doyen no Brasil, diz acreditar que a preparação vai facilitar a entrada do jogador em um mercado totalmente diferente. "Ele aprende como jogam os times em vários sistemas táticos e como se portar em cada um deles. Tem um técnico trabalhando sempre junto. Depois vemos na prática os resultados."

Segundo o investidor, é nítida a melhora do atacante. "Melhorou muito a forma de ele marcar, de voltar apoiando. Às vezes não precisa voltar muito. Tem de compor melhor, para aproveitar o contra-ataque", explicou Duprat. Os primeiros resultados práticos, não divulgados em números, foram colhidos após o jogo contra o Palmeiras. "Ele gostou muito dos trabalhos e na última rodada [do Brasileiro} ficamos satisfeitos com a evolução", disse Pimenta.

Além de trabalhar o jogador técnica e taticamente, há um trabalho comportamental. A preparação para a inserção em uma nova cultura também ajuda na adaptação. "Ele adquiriu muita maturidade", comentou seu empresário, sobre o tempo que o atleta passou com ele em Belo Horizonte, no fim de 2014.

Conhecido pelo visual "boleiro", Coutinho percebeu que era hora de mudar. "É um jogador jovem e sempre ficava preocupado com o visual. Fomos cortar o cabelo e ele cortou 'normalzinho'. Perguntei por que e ele disse que agora precisa se preocupar em aparecer mais pelo futebol do que por qualquer outra coisa", acrescentou Pimenta.

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