O Atlético acelerou a venda dos atacantes Marcelo e Douglas Coutinho ao Doyen Group para se antecipar às restrições de atuação de fundos de investimentos no futebol. Fechados ainda em 2014, os dois negócios renderam ao Furacão quase R$ 26 milhões. As transações também garantiram à empresa com sede em Malta um tempo maior para recuperar o dinheiro investido nos dois atletas.
Ainda em dezembro, o Furacão confirmou a venda de 50% dos direitos econômicos de Marcelo por 4 milhões de euros (cerca de R$ 12,3 milhões). "Eles (Atlético) com certeza correram contra o tempo para viabilizar o negócio e se precaverem do que poderá acontecer. Estão todos com medo e sem saber as consequências dessas mudanças todas", afirmou Pablo Miranda, um dos representantes de Marcelo.
No mesmo mês, o investidor repassou o jogador para o Flamengo a tempo de evitar as complicações criadas pelas novas regras. Uma verdadeira força tarefa foi esquematizada pelo clube carioca para que o registro fosse feito ainda em 2014.
Em setembro, a Fifa anunciou que os investidores não poderão mais atuar no futebol. A previsão, no entanto, era de que a norma demoraria de três a quatro anos para entrar em vigor. No Brasil, porém, a CBF antecipou tudo para maio. A atual regulamentação permite que qualquer pessoa ou grupo possa ter parte dos direitos econômicos dos jogadores.
Os contratos assinados antes de 31 de dezembro de 2014 seguem válidos normalmente até seu término. O fato de a venda de Marcelo ter sido realizada ainda no ano passado dará participação plena do investidor em negociações futuras.
"A gente negociava há alguns meses. Sabíamos das mudanças, mas fizemos com calma, já que é difícil negociar com o [Mario Celso] Petraglia [presidente do Atlético]", disse Renato Duprat, representante do grupo Doyen no Brasil.
A venda de Douglas Coutinho seguiu a mesma lógica. O Atlético vendeu 70% dos direitos econômicos do jogador para o mesmo grupo por 4,5 milhões de euros (R$ 13,8 milhões) em novembro do ano passado. O jogador segue federado pelo Rubro-Negro enquanto aguarda uma transferência - provavelmente para a Europa.
As negociações realizadas entre 1º de janeiro e 30 de abril terão que, obrigatoriamente, ter validade de um ano. Ou seja, os investidores precisarão "se livrar" dos jogadores no novo prazo previsto. Já a partir de 1º de maio, as transferências deverão ser feitas apenas de clube para clube. É o fim da participação de terceiros.
"Todas as nossas transações estão suspensas. Vamos ter de esperar", afirmou Duprat. "A Liga Espanhola e a Portuguesa já entraram com representação contra as medidas", acrescentou, deixando claro que os investidores devem brigar para continuar com influência no mercado.
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