As desculpas corriqueiras de início de temporada não aliviam a péssima marca atingida ontem pelo Atlético. O tropeço diante do Rio Branco, por 1 a 0, maculou a mística da Arena. Pela primeira vez na história do estádio um dos orgulhos rubro-negros desde 99 a equipe amarga quatro derrotas consecutivas. E mais, o clube chegou a incômodos dez jogos sem vitórias.
O último triunfo aconteceu em grande estilo, nos 6 a 4 diante do Vasco. Depois de um dos melhores jogos do Brasileirão 2006, só deslizes. Dois jogos da Sul-Americana, seis do Nacional, os dois no Paranaense e 79 dias sem comemorações. Contra o Iraty, domingo, fora de casa, o Ventania irá tentar encerrar o jejum.
Faltou tudo
Na estréia do Estadual, a justificativa para os 3 a 3 com o J.Malucelli foi a falta de fôlego. Ontem, faltou muito mais. O time mal jogou, pouco marcou e nada criou. A vontade não amenizava a ausência de talento.
Tanta carência acabou com a boa vontade da pequena torcida presente ao estádio. A intensa procura pelos pacotes de ingresso, anunciada pelo clube, não se refletiu no borderô. O público pagante foi de 2.372 pessoas.
Não bastasses os próprios problemas, o Atlético ainda precisou encarar uma equipe muito superior. Formada por garotos e com uma postura ofensiva, o Rio Branco era melhor em todos os setores. O time parnanguara usou contra o Rubro-Negro a mesma arma que derrotou o Coritiba: a bola parada. Na cobrança de falta, Lúcio Flávio (de novo) superou a zaga e cabeceou para as redes, aos 26 do 1.º tempo.
"Treino isso com exaustão. Estou muito contente com esses jovens, que estão se transformando agora em profissionais", comemorou o técnico Saulo de Freitas. Assim como nos seus tempos de atacante paranista, ele tem sido o algoz da dupla Atletiba nesse início de Paranaense.
Contrariando as previsões pessimistas, o Atlético não perdeu o gás na segunda etapa e conseguiu até melhorar o seu desempenho com um posicionamento mais adequado. Mas não havia acerto tático que compensasse os problemas técnicos. "Nós merecemos a derrota. Em casa, não podemos deixar o adversário jogar. Demos a maior moleza e demoramos muito para acordar", reconheceu o meia Evandro.
Em Curitiba
Atlético 0Vinícius; Rogerinho, Alex, Gustavo e Beto (Kaio); Erandir, Chico, Wellington e Evandro; Jonatas (Ricardinho) e Rodrigão (Dinei).Técnico: Ivo Secchi.
Rio Branco 1Valter; Leonardo, Allan, Paulo e Thiersson; Mini, Jonatas (Jeferson), Roberto e Cleomir; Elvis e Lúcio Flávio.Técnico: Saulo de Freitas.
Gol: Lúcio Flávio (R), aos 26 do 1.º tempo .Amarelos: Chico (A); Cleomir, Roberto e Elvis (R).Público total: 3.171 pessoas.Público pagante: 2.372 pessoas. Renda: R$ 44.235,00.
Interatividade:
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