Paulo Baier, a surpresa na escalação, deu assistência para o gol de Marcelo| Foto: Albari Rosa / Gazeta do Povo

Protesto

Fracassa mobilização contra a má fase do clube

O protesto de torcedores do Atlético contra a má fase do time, marcado via redes sociais, foi frustrado pela chuva de ontem. Das quase mil pessoas confirmadas no evento, apenas quatro, além de organizadores, foram à Arena da Baixada, ponto de partida da manifestação.

O ato havia sido marcado por integrantes de pelo menos cinco páginas no Facebook dedicadas ao clube. Uma delas chegou a noticiar o cancelamento da ação, mas apenas poucos minutos antes da hora marcada para o início da ação (às 12 horas).

A chuva impediu o protesto e a colocação de faixas na Arena. Na Vila Capanema, a torcida entoou antes da bola rolar: "Vamos correr, vamos suar... Se não o bicho vai pegar..."

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Jogadores disputa jogada no impraticável gramado da Vila. Chuva atrapalhou o duelo
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Ainda sem vencer em casa e ainda na zona do rebaixamento, o Atlético viu contra o Corinthians uma história conhecida se repetir neste Brasileirão: assim como havia acontecido nas outras três partidas que jogou em casa, o Atlético cedeu o empate ao visitante paulista.

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A partida na Vila Capanema terminou em 1 a 1 – em um confronto em grande parte prejudicado pela forte chuva que ensopou o campo nos primeiros 15 minutos. Com o resultado, o Furacão está com sete pontos e segue na área do descenso. Como mandante, os paranaenses têm apenas 33,3% de aproveitamento.

Na estreia do técnico Vagner Mancini diante da torcida, o Rubro-Negro começou pressionando o Timão e com um trunfo: apesar das expectativas de que começaria no banco de reservas, o veterano Paulo Baier iniciou jogando e foi de seus pés que saiu a jogada que resultou no gol atleticano.

Aos cinco minutos de jogo, depois de um tiro de meta mal batido pelo goleiro Cássio, o "Maestro" recebeu, fez um belo lançamento na direita para Marcelo invadir a área e chutar cruzado. Vinte minutos depois, porém, quando a chuva já tinha eliminado qualquer hipótese de se ter a bola rolando (tanto que o técnico Tite chegou a cogitar que a partida seria interrompida, como declarou após o confronto), os atleticanos viram a sina se repetir. Em uma falha da defesa, o time cedeu o empate.

Aos 25, Renato Augusto avançou pela esquerda, encarou três defensores e cruzou para Alexandre Pato, livre, cabecear. "Nós mesmos nos perguntamos por que a vitória não está vindo. Por falta de trabalho que não é. Falta um pouco mais de atenção. Tomamos uns gols que não poderíamos", lamentou o atacante Marcelo.

Embora o Atlético tenha criado maiores condições de gol, com uma bola na trave de Marcão e uma chance desperdiçada por Baier, ao escorregar na frente de Cássio, o placar não foi alterado. Mancini diz ter gostado do comportamento da equipe, mas também lamentou a falha que cedeu o empate ao Timão. "Naquela situação, tinha de dar um bico na bola".

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Vindo da conquista do título da Recopa, no meio da semana, sobre o São Paulo, o Corinthians também precisava da vitória para se estabilizar na competição, em que tem oscilado e ocupa o meio da tabela. "O campo estava rápido e escorregadio, mas não era só o campo, tínhamos um adversário [forte]. Foi importante é somar um ponto fora de casa", resumiu o goleiro Cássio.

"Não vamos sair da ZR em um estalo"

Apesar de reconhecer que o Atlético não tem mais tempo para erros no Brasileirão, o técnico Vágner Mancini, após sua segunda partida à frente da equipe, adotou um discurso ainda paciente.

"Não dá para sair da zona de rebaixamento em um estalo. Há, ainda, uma necessidade de mudança na forma de jogo, mas já vi uma evolução em termos táticos", afirmou, dizendo-se satisfeito, não com o empate em casa, mas com a atitude do elenco.

Mas ele quer mais dos jogadores. Tanto em campo, na leitura da partida quanto nas atitudes. "Em alguma falta, o árbitro poderia ter expulso o Danilo [o corintiano tinha tomado o cartão amarelo]. Eu, como atleta do Atlético, tenho de sabe que tenho de forçar a jogada em quem tá amarelado", exemplificou.

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Fora de campo, espera que os mais experientes chamem a responsabilidade. "O Luiz Alberto, o Manoel, o Paulo Baier têm de ter essa função. E vi isso nos vestiários, no hotel", afirmou.