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Um jogo para se esquecer. Apresentando um futebol muito abaixo do esperado, o Atlético Paranaense foi envolvido pelo Goiás nesta quarta-feira (29), no estádio Serra Dourada, e não teve forças para resistir. A vitória dos anfitriões por 3 a 0 (construída com gols de Iarley, Amaral e Léo Lima) decretou o fim da era Waldemar Lemos no comando do Furacão.
Ao final da partida, o treinador comunicou sua decisão. "Eu não havia falado nada para os jogadores, mas já havia confirmado para a diretoria. Atendendo a um pedido do presidente, cumpri hoje minha tarefa e dei o máximo de mim. Trabalhei muito, mas infelizmente deixo o Atlético. A diretoria sempre me respeitou, teve cumplicidade, mas infelizmente o momento é esse", declarou Lemos, em entrevista coletiva.
Em dez jogos, o treinador somou apenas três vitórias, teve dois empates e acabou sofrendo cinco derrotas (veja a campanha e as projeções feitas por um matemático para o Atlético). Emerson Leão é o técnicocom o perfil desejado pela diretoria.
O gerente de futebol atleticano, Ocimar Bolicenho, agradeceu a postura profissional de Lemos. "Ele já tinha pedido para sair, mas com humildade e profissionalismo ele atendeu a um pedido nosso e ficou até hoje. Não esperávamos essa decisão e não tivemos tempo de contatar ninguém", explicou. Bolicenho resumiu a saída do treinador da seguinte maneira: "A pessoa que tem grande ilusões, sofre decepções na mesma proporção. Ele trabalhou demais e quis fazer muito pelo Atlético, mas infelizmente termina seu trabalho em um espaço muito curto de tempo", disse à Rádio Transamérica.
Com o resultado desta noite o Furacão empaca nos 12 pontos, na 18ª colocação do Brasileirão. Na próxima rodada o rubronegro encara o Fluminense, domingo (2), a partir das 16h, na cidade de Londrina. O jogo acontece no interior do estado porque o time perdeu um mando de campo pelo mau comportamento da torcida no clássico Atletiba. O Goiás chegou aos 26 pontos, na 4ª colocação, e enfrenta o Santo André, também no domingo.
Gols relâmpagos desnortearam Furacão
Seis minutos. Foi esse o tempo em que o Atlético conseguiu manter-se invicto na partida desta noite contra o Goiás. Não que o time da casa apresentasse uma pressão sufocante, criando inúmeras chances de gol. Mas pela apatia com que o time foi a campo, claramente desmotivados e sem o mínimo de organização tática. O Alviverde goiano agradeceu.
Em jogada iniciada pelo lado esquerdo, nas costas de Raul, o ala Júlio César matou no peito e fez um lindo lançamento para Iarley. O artilheiro do Goiás recebeu, invadiu a área e deu um corte preciso no zagueiro Rhodolfo, deixando-o batido no lance. O artilheiro teve tempo de escolher o canto e bateu à direita do goleiro Galatto.
O gol logo no início mais um na grande lista de gols tomados pelo rubronegro nos primeiros minutos prejudicou o desempenho do Furacão nos minutos seguintes. Abatidos, os jogadores perderam o pouco de organização que tinham e o 2º gol tornou-se inevitável. No levantamento em cobrança de falta, Léo Lima chutou e Amaral, da entrada da grande área, cabeceou no canto esquerdo de Galatto, que não conseguiu nem saltar para tentar a defesa.
Apatia e erros de passes
Os jogadores admitiram que os gols logo no início, além de não estarem nos planos, desestabilizaram a equipe. "Não podemos levar dois gols no começo do jogo como estamos levando em alguns jogos. A gente treina a semana toda, forte pra caramba. Temos que entrar mais ligados e concentrados. Demos duas bobeiras que não pode dar. Um cara baixinho cabeceia e marca o gol de fora da área quase. Temos que ficar mais ligados", disse o zagueiro Rhodolfo
Após o 2º gol o Goiás diminuiu bruscamente o seu ritmo e nem por isso foi ameaçado pelo Atlético. Sem força, sem vida, os jogadores atleticanos não conseguiram aproveitar a pouca pressão ofensiva do adversário e passou a errar muitos passes. Para o atacante Marcinho, alguns tentaram, mas outros nem isso. "Acho que da para ver que a gente tenta buscar, jogar e fazer. Mas vemos atitude mesmo é no adversário. Falta um pouco mais de nós mesmos".
Segundo tempo para mexer com os nervos atleticanos
As duas equipes voltaram para o segundo tempo sem modificações, mas Waldemar Lemos mudou de idéia logo aos sete minutos ao escalar Wesley e Patrick para os lugares de Wallyson e Zé Antônio. As mudanças surtiram efeito nos dez minutos seguintes. O Furacão melhorou, pelo menos em disposição, e passou a pressionar o Goiás. Tanto que nesse tempo Léo Lima e Leandro Euzébio foram advertidos por pararem jogadas com falta.
Ao se lançar ao ataque, o Furacão deixou perigosos espaços no sistema defensivo. Pela esquerda, aos 20 minutos, Léo Lima conduziu a bola com tranqüilidade, cortou para o meio e sem encontrar resistência na marcação, decidiu arriscar. Acertou um belo chute, à meia altura, no canto direito de Galatto, marcando o 3º gol goiano no Serra Dourada.
Dos 20 aos 25 minutos o que se viu foi de deixar qualquer torcedor de cabelos em pé. Se não fosse pela estrela de Galatto, que depois de muito tempo voltou a brilhar, o Furacão teria levado pelo menos mais dois gols. No primeiro lance, após um cruzamento da esquerda, ele conseguiu defender um lindo chute de Zé Carlos, que pegou na veia e por pouco não marcou. Em seguida, após cobrança de escanteio, Iarley cabeceou sem marcação e Galatto fez nova intervenção providencial.
As jogadas destruíram a confiança defensiva atleticana e um desentendimento de Rhodolfo e Patrick evidenciou o clima de tensão. Os dois se estranharam, trocaram empurrões e por pouco não se agrediram. O árbitro repreendeu a atitude dos jogadores atleticanos. Após a sequencia de confusões, além do 3º gol, o Atlético "morreu" em campo. Parou com a reação que vinha impondo e se entregou, claramente, aguardando o fim do jogo para evitar um desastre maior.
O jogo, que havia sido limpo no 1º tempo (sem nenhuma adverência) descambou. Na segunda etapa o árbitro mostrou oito cartões amarelos e um vermelho, para Rafael Santos.
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