Entenda por que a Arena da Baixada ainda não se paga

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Cerca de três anos após a reforma realizada para a Copa do Mundo, o Atlético ainda busca um melhor rendimento com a Arena da Baixada. Segundo o balanço financeiro rubro-negro, no ano passado, o clube arrecadou aproximadamente de R$ 8 milhões com receitas fora do futebol no complexo. O valor é baixo comparado com a dívida que o clube adquiriu para reformar sua casa.

O débito atleticano é de R$ 358 milhões com o Fundo de Desenvolvimento Estadual pelo financiamento para a conclusão da praça esportiva. Somente em juros, a dívida cresceu R$ 34 milhões nos últimos quatro anos. Ou seja, no atual cenário, a Arena está longe de se pagar.

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Diante disso, especialistas analisaram como o Furacão pode faturar mais com o seu estádio. Os profissionais elogiam a administração rubro-negra e lembram que a crise econômica e o menor mercado de Curitiba, comparado a Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo, dificultam um avanço maior. Mesmo assim, existem caminhos que ainda podem ser explorados.

“Hoje, reunindo receitas com sócios, bilheteria e estádio, o Atlético arrecada R$ 42,3 milhões. O ideal é que este valor fosse em torno de R$ 100 milhões”, opina Amir Sommoggi, especialista em marketing e gestão esportiva.

“O Atlético precisaria de oito a dez eventos como o UFC por ano. Tem capacidade para isso”, acredita. “Além disso, como a quantidade de sócios parece ter batido no teto, é preciso aumentar o quanto cada um gasta, ofertando melhores serviços e prêmios”, sugere Sommoggi.

O Atlético precisaria de oito a dez eventos como o UFC por ano. Tem capacidade para isso

Amir Sommogi Especialista em marketing e gestão esportiva

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Especialista em gestão de arenas esportivas, Ricardo Araújo vê um trabalho consistente do Furacão dentro das possibilidades e acredita que uma melhora na receita com o estádio só vai ocorrer fora do futebol.

“Seria necessário um projeto mais amplo em torno do estádio, com parcerias, por exemplo, com outras instituições privadas, áreas comerciais, centro de convenções ou hotéis, para que o estádio possa ser utilizado em 80 a 100 datas por ano”, avalia.

Araújo destaca os dois grandes trunfos para atrair eventos: o teto retrátil e o gramado sintético. Na hipótese deste último ser proibido a partir do Brasileiro de 2018, a criação de uma arena indoor, a Areninha, pode ser útil para atrair mais investimentos e eventos.

“Seria necessário um projeto mais amplo em torno do estádio para que possa ser utilizado em 80 a 100 datas por ano”

Ricardo Araújo Especialista em gestão de arenas esportivas

A venda do naming rights do complexo rubro-negro é outra alternativa citada para o estádio tornar-se mais viável diante da dívida por sua construção.

O clube briga pela diminuição do valor que tem a pagar pelo estádio e negocia uma emissão complementar de R$ 133 milhões em potencial construtivo para o cumprimento do acordo tripartite firmado entre Atlético, prefeitura e governo do estado.

O Furacão pede que as três partes dividam o valor final da obra, de R$ 354 milhões, e não a quantia inicial, de R$ 184 milhões. Perícia judicial avaliou a Baixada em R$ 634,9 milhões.