O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) denunciou o Atlético-PR pela ação com camisas amarelas antes da partida contra o América-MG, dia 6 de outubro, pela 28.ª rodada do Brasileirão. A punição, que poderia resultar até em perda de pontos na disputa, aponta – em caso de condenação – a aplicação de multa ao Furacão.
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A camisa continha ainda a frase “Vamos todos juntos por amor ao Brasil”. O slogan tem sido usado por apoiadores de Jair Bolsonaro (PSL), candidato à presidência. Antes da partida, o presidente do Atlético, Mario Celso Petraglia, declarou apoio pessoal ao candidato nas redes sociais. Repetiu a dose neste fim de semana.
A ação com as camisas amarelas aconteceu um dia antes da votação do primeiro turno das eleições 2018. Além da camiseta utilizada somente nesta oportunidade, a diretoria do clube alterou uma faixa fixa da Baixada, trocando a palavra “Furacão” por “Brasil”.
A irregularidade apontada na denúncia do STJD diz respeito ao fato de o Atlético não ter recebido autorização da CBF para executar a ação antes do jogo - sem menção ao ato político. O regulamento da Série A diz que toda manifestação no gramado deve pedir autorização da CBF com 48 horas de antecedência.
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Na partida contra o América-MG no último sábado (6), quase todos os jogadores do time entraram em campo com uma camisa amarela com a frase “vamos todos juntos por amor ao Brasil”. O slogan tem sido usado por apoiadores de Jair Bolsonaro (PSL), candidato à Presidência da República.
Em julho, o STJD puniu o Atlético por conta do uso de um celular em campo pelo goleiro Santos. À época, os paranaenses sequer procuraram a CBF para pedir autorização. Como a entidade não autorizou a manifestação, o clube, que é reincidente, pode ser multado em até R$ 100 mil, conforme o artigo 191-III do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que fala em deixar de cumprir o regulamento de competição.
“Não estava escrito o nome do candidato, mas a mensagem política foi clara. Não adianta alegar que não”, avaliou o procurador do STJD Felipe Bevilacqua, autor da denúncia . O caso foi relatado na súmula pelo árbitro Raphael Claus. A informação da denúncia foi dada pelo portal Globoesporte.com e confirmada pela Gazeta do Povo.
O único jogador do Atlético-PR escalado como titular no sábado a não usar a camiseta foi o zagueiro Paulo André. Ele entrou em campo com um agasalho do clube. Procurado, disse que não gostaria de se manifestar.
Paulo André foi um dos líderes do Bom Senso FC, movimento de atletas que cobrava melhores condições de trabalho e chegou a ensaiar a convocação de uma greve dos atletas do Campeonato Brasileiro.
A manifestação do Atlético-PR não foi o primeiro ato político a causar polêmica no Brasileiro. Em entrevista após empate com o Bahia, o volante do Palmeiras Felipe Melo dedicou o gol marcado na partida ao “nosso futuro presidente Bolsonaro.”
O STJD chegou a cogitar uma punição a Melo também baseado nas normas da Fifa. Até agora nada aconteceu, o que pode indicar um bom precedente para o Atlético-PR.
Consultado pela reportagem, a assessoria do clube paranaense disse que o presidente do conselho deliberativo, Mario Celso Petraglia, que de fato é a principal autoridade do clube, não se pronunciaria.
Antes do jogo de sábado, questionado nas redes sociais sobre em quem votaria para presidente, ele respondeu que apoiava Bolsonaro.
O estatuto da Fifa, no artigo 4, prega a neutralidade política, e a regra se aplica a todas as confederações filiadas.
Desde a Copa das Confederações de 2005, quando jogadores da seleção brasileira comemoraram o título com camisetas religiosas, a Fifa passou a vigiar mais de perto manifestações extra futebol.
No último Mundial na Rússia, a entidade multou Shaqiri e Xhaka, da Suíça, por manifestações políticas durante partida contra a Sérvia. Os dois são de origem kosovar, que vive em clima de tensão com os sérvios há décadas. Cada um deles foi multado em 10 mil francos (R$ 37,8 mil em valores atuais).
Petraglia explicando o ato político...
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