Paranistas relatam agressão e descaso do Atlético em jogo de ‘torcida única’ na Arena

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Dois torcedores do Paraná Clube afirmam terem sido agredidos por torcedores do Atlético-PR na Arena da Baixada, no clássico do último domingo (23), pela 26.ª rodada do Brasileirão. De acordo com os tricolores, o incidente ocorreu ainda no primeiro tempo do jogo vencido pelo Furacão por 3 a 0.

Foi o primeiro clássico com o esquema que ficou conhecido como “torcida única”, uma parceria do Atlético com o Ministério Público do Paraná (MP-PR). O programa não destina um setor específico para a torcida visitante na Arena e proíbe que os forasteiros usem camisas de seus times nos jogos com o Furacão.

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“Um grupo de uns 10 torcedores do Atlético começaram a nos xingar. Eles foram chegando mais perto e depois do segundo gol um deles saiu correndo na nossa direção, chegou do meu lado e começou a gritar para eu comemorar o gol. Eu evitei olhar e ele me deu um tapa bem forte na orelha”, relata um dos paranistas.

João, 20 anos, estudante, e Lucas, 23, bacharel em Direito, estavamposicionados no setor Coronel Dulcídio superior, onde normalmente ficava a torcida visitante na Baixada. Com medo de represálias, os torcedores pediram para que não fossem divulgados seus sobrenomes. Ambos estudam processar o Atlético.

Lucas já procurou a Demafe (Delegacia Móvel de Atendimento a Futebol e Eventos) para registrar um boletim de ocorrência sobre o caso (veja a imagem abaixo). João, por sua vez, afirma que irá ao distrito policia ainda nesta segunda-feira (24). A delegacia se manifestou em sua conta no Twitter (veja mais abaixo).

Os dois relatam que procuraram a Polícia Militar no estádio para reclamar do ocorrido. No entanto, nenhuma atitude foi tomada. “Os policiais e os seguranças do Atlético não fizeram nada. O policial ainda veio nos culpar. Disse que o jogo era de torcida única e não tínhamos que estar lá”, comenta Lucas.

Não foi a primeira confusão com torcedores visitantes na Arena da Baixada desde a implantação do projeto de “torcida única”. Em duelo com o Internacional, pelo Brasileiro, torcedores colorados tiveram de mudar de setor. O mesmo ocorreu com a torcida vascaína, posteriormente. Nas redes sociais, atleticanos já fizeram outros relatos de violência (veja abaixo).

Os torcedores comentam que não se manifestaram ao longo do jogo para não passar por constrangimento, entretanto, acreditam que justamente por isso podem ter sido “reconhecidos”. A dupla diz ainda que um casal de paranistas que estava próximo também teve de procurar outro lugar para sentar.

João e Lucas ainda tentaram registrar a ocorrência no estádio, mas não obtiveram sucesso. “Os funcionários do Atlético ficavam passando a gente para outra pessoa. Então apareceu uma mulher chamada Ângela, funcionária do Atlético. Ela disse que não adiantava fazer o B.O. porque já tinha passado tempo demais”.

O clube foi procurado pela reportagem através da assessoria de imprensa, mas não respondeu aos questionamentos até a publicação.

MANIFESTAÇÃO DA DEMAFE

Hoje a tarde 2 torcedores do Paraná Clube que foram ao estádio procuraram a DEMAFE para registro de ocorrência policial. Um foi ameaçado por torcedores do Atlético no segundo gol depois que supostamente foi reconhecido como sendo Paranista.

— DEMAFE (@DEMAFE_PC_PR) 24 de setembro de 2018

O outro cidadão foi agredido com um tapa na cabeça quando supostamente não comemorou um gol do Atlético. Ambos pediram providências e a DEMAFE já começou as investigações.

— DEMAFE (@DEMAFE_PC_PR) 24 de setembro de 2018

Pedimos que todo cidadão que por ventura venha a sofrer qualquer tipo de violência durante os jogos, procurem a DEMAFE para registro da ocorrência. Estamos presentes em todos os jogos e sempre combateremos a violência.

— DEMAFE (@DEMAFE_PC_PR) 24 de setembro de 2018

ATLETICANOS RELATAM VIOLÊNCIA NA ARENA

Desculpa mozão @atleticopr ,mas desde a implantação da torcida única só vejo confusão entre torcedores do CAP e do time adversário.Posso afirmar isso pois não perco um jogo do CAP e a biometria pode provar a minha presença nos jogos.Portanto não tente tampar o sol com a peneira.

— Débora Cardoso (@deca_cap) 24 de setembro de 2018

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