O Atlético divulgou uma nota oficial, assinada por Mario Celso Petraglia, presidente do Conselho Deliberativo do clube, nesta segunda-feira (8), explicando as razões do fracasso na tentativa de contratar o holandês Clareence Seedorf como técnico do clube.
O Furacão culpou o agente do astro, Bruno Paiva, representante da empresa de gerenciamento de atletas OTB Sports, como o maior responsável pelo não acerto de Seedorf para comandar o Rubro-Negro.
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“Porém, durante as negociações, o CAP deparou-se com a conduta negativa do referido agente, que passou a exigir uma exorbitante comissão pela intermediação”, acusa a nota atleticana.
O Atlético também afirma que Paiva, empresário de Weverton, conduziu o goleiro a não renovar o contrato. O jogador acertou sua transferência para o Palmeiras em janeiro. Além disso, o clube cita o caso do volante das categorias de base Marcos Bahia, que ainda não acertou o contrato profissional com o Atlético e deve deixar a Baixada.
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“O CAP ainda tomou conhecimento de como o Sr. Paiva, também agente e procurador do nosso ex-goleiro Weverton, conduziu a não renovação de seu contrato, além das suas ações de impedir a profissionalização pelo Clube do garoto Marcos Antonio Silva Santos (o “Bahia”)”, afirma o Rubro-Negro.
Por fim, o Atlético cobra da CBF e aos clubes uma reflexão sobre a ação dos empresários do mundo da bola dizendo que os agentes são “parasitas” que atuam sobre os clubes.
Veja a nota na íntegra:
O Clube Atlético Paranaense vem a público, em especial perante a sua torcida, apresentar as principais razões que levaram à exclusão da alternativa Seedorf no planejamento técnico do futebol atleticano.
Com a saída de Paulo Autuori, o CAP foi ao mercado buscar um Coordenador e Técnico para a condução do futebol profissional. Várias opções se apresentaram ao Clube e, dentre elas, a oferta dos serviços de Clarence Seedorf, pelo intermediário do Sr. Bruno Paiva, representante da OTB Sports (empresa de gerenciamento de atletas e treinadores).
As tratativas caminhavam e Seedorf conheceu a estrutura e o projeto do CAP para as temporadas de 2018 e 2019, chegando até a definir as condições iniciais de sua contratação por intermédio do Sr. Paiva, com a confecção, inclusive, de minuta contratual. Porém, durante as negociações, o CAP deparou-se com a conduta negativa do referido agente, que passou a exigir uma exorbitante comissão pela intermediação. Nessa ocasião, o CAP ainda tomou conhecimento de como o Sr. Paiva, também agente e procurador do nosso ex-goleiro Weverton, conduziu a não renovação de seu contrato, além das suas ações de impedir a profissionalização pelo Clube do garoto Marcos Antonio Silva Santos (o “Bahia”), que por conta da formação de excelência recebida, chegou até a Seleção Brasileira Sub-17. Próximo de alcançar os 18 anos de idade (em junho de 2018), Bahia, influenciado por seus agentes, muito provavelmente romperá sua formação desportiva e buscará subterfúgios para burlar a indenização nacional por formação estabelecida na Lei Pelé e fixar vínculo desportivo no mercado estrangeiro, objetivando tão somente pagar custos básicos de formação, (indenização externa) em prejuízo técnico, econômico e financeiro do Clube Formador!
Vale dizer que, além de Weverton e Bahia, Paiva também adquiriu procurações de outros atletas com formação no CAP — caso do lateral Sidcley Ferreira Pereira — possivelmente com o auxílio de um ex-funcionário, o Sr. Pedro Zalla, que atuou no Clube e hoje também pertence ao grupo OTB Sports.
Exige o tema uma nota de reflexão, tanto para o CAP como para todos os clubes do futebol brasileiro, bem como à CBF — que regulamenta a atuação dos intermediários perante seus filiados — sobre a inescrupulosa conduta de certos agentes que, além de explorarem economicamente atletas e treinadores, intervêm negativamente em suas carreiras, direcionando-os para aquilo que melhor atenda a seus interesses financeiros pessoais. Tais agentes atuam de forma parasita sobre os já combalidos cofres dos clubes brasileiros, que, na ânsia de obter bons resultados em campo, acabam cativos, compelidos a aceitar as exigências de valores absurdos de contratos de trabalho e comissões maiores ainda. Enriquecem os agentes e empobrecem os clubes, que são (e devem ser) os únicos e verdadeiros protagonistas do futebol.
A Lei Pelé, de 1998, originou o fim do “passe” e criou o instrumento para o fim da “escravidão” no futebol. Porém, o que se apresenta hoje é que o “escravo” apenas mudou de “dono”. A CBF registra em torno de 800 nomes de agentes que atuam no controle dos atletas desde seu início de carreira. Muitos meninos com 12 e 13 anos de idade já possuem agentes, com procurações “compradas” com o dinheiro dos próprios clubes. Atualmente, o mercado do futebol está centralizado em 5 ou 6 grandes grupos de empresários, que ditam as regras de mercado e dominam as relações entre clubes e atletas.
Algo deve ser feito!
Cabe aqui, o protesto formal do Clube Atlético Paranaense contra esse nefasto e prejudicial sistema mercadológico estabelecido pela ganância de quem nada contribui com o futebol — ao contrário, dele apenas se alimenta. Compete aos clubes, seus dirigentes e órgãos reguladores tomarem medidas urgentes a respeito do “Mal” representado por essas intermediações e dar um “Basta!”, para o bem do futuro do futebol.
Mario Celso Petraglia
Presidente do Conselho Deliberativo
Clube Atlético Paranaense
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