A falta de grandes shows e eventos foi o principal motivo para a queda de receitas da Arena da Baixada de 2016 para 2017. A avaliação, baseada em balanço financeiro publicado pelo Atlético, é do especialista em marketing e gestão esportiva, Amir Somoggi.
“Foram boas receitas de shows em 2016 e receitas baixas em 2017. É uma das áreas em que o Atlético tem que estar presente. Eu digo o seguinte, não pode existir um show de grande repercussão nacional que vá a Curitiba e que não passe pela Baixada”, explica Somoggi.
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Em 2016, quando recebeu o UFC, show de Andrea Bocelli e o desafio de vôlei, além de eventos menores, o Atlético angariou R$ 3,9 milhões. Em 2017, este valor despencou para apenas R$ 500 mil — declínio de 85% nas receitas.
No total, as receitas do Furacão em 2017 com a Baixada ficaram em R$ 6,7 milhões, contra R$ 9,7 milhões no ano anterior.
Já em 2018, por exemplo, o Atlético viu o rival Coritiba acertar a vinda do show de Roger Waters, um dos fundadores do Pink Floyd, para o Couto Pereira. O concerto será em outubro. Enquanto isso, a diretoria atleticana não anunciou a vinda de nenhum evento de grande porte para a Baixada.
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“Sabemos que Curitiba não é o centro principal, às vezes entre Curitiba e Porto Alegre os shows acabam indo para Porto Alegre. Na minha opinião, de forma errônea, porque Curitiba hoje tem melhor situação econômica e apelo de consumo”, prossegue o especialista.
“Então não é um trabalho só do Atlético. É um trabalho de lobby que o Atlético tem que fazer junto aos produtores de shows, talvez com alguém do governo. Porque cada show na Baixada impacta na economia da cidade”, reforça.
Vale lembrar que o Atlético opera de forma diferente quando o assunto são shows na Baixada. O Furacão não aceita atuar apenas como locatário do estádio, exigindo ser um parceiro que pode faturar em outras frentes, como venda de ingressos, montagem do espetáculo, etc.
“Plano de sócios do Atlético está estagnado”
Somoggi também comentou a atual situação dos planos de sócios do Atlético. Segundo o especialista, a diretoria atleticana precisa urgentemente rever suas estratégias para reverter o cenário de estagnação.
“O sócio está estagnado há quatro anos. Está na casa de R$ 26 milhões (por ano). Tinha que estar em R$ 50 milhões, este seria o ideal. De R$ 26 para R$ 35 milhões, que seria um salto menor, é uma obrigação”, analisa.
Mudanças que, segundo Somoggi, passam por estratégias como a liberação de localidade — ou seja, quando um associado não for comparecer a um jogo, ele pode liberar este espaço para que o clube o revenda mais barato.
“Este é um dos aspectos que mais cresceu na Europa, a liberação de cadeira. O sócio não vai e libera ao Atlético a revenda do ingresso. O clube poderia então vendê-lo mais barato, fidelizando os sócios e aumentando a bilheteria”, complementa.
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