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Ao abraçar os jogadores do Botafogo na última rodada do Brasileiro-2004 (Arena, 1 a 1), Levir Culpi pegou a senha para deixar o Atlético em litígio. Era 19 de dezembro e o Rubro-Negro, enquanto lamentava o vice-campeonato nacional, via a festa carioca pela permanência na Série A – uma cena com a presença inusitada do então treinador atleticano.

Hoje, quase oito meses depois desse episódio, o Anacleto Campanella será palco do reencontro do técnico curitibano com a ex-equipe. A partida contra o São Caetano, às 19h30, não deixa de ser um prato frio para a cúpula do Furacão e o comandante.

O presidente do Conselho Deliberativo, Mário Celso Petraglia, disse que o ex-funcionário era mercenário. Acusou-lhe de ter pedido aumento de salário pouco antes da partida contra o Grêmio. Como resposta, foi chamado por ele de – entre outras coisas – "covarde, arrogante e mal-agradecido".

Mas se depender dos jogadores, tal embate não entrará em campo. "Estamos fora dessa briga. É coisa de bastidores, que a gente não sabe, e por isso não posso falar sobre o assunto. Mas eu só tenho coisas boas para lembrar do Levir", afirma Marcão. Ao lado do goleiro Diego e do volante Alan Bahia, o capitão surge como remanescente entre os titulares do ano passado.

O relacionamento do antigo "professor" com o grupo ultrapassou o lado profissional e deixou tanta cumplicidade que, antes da viagem para o ABC paulista, os atletas rubro-negros procuraram Antônio Lopes para alertar sobre as principais jogadas de Levir.

"Nós conhecemos bem o jeito que o Levir gosta de jogar, com uma saída de bola rápida e muitas jogadas aéreas. Não queremos ser surpreendidos com lances que já foram nossas armas", diz Diego.

Lopes aceitou as sugestões como mais uma arma para a disputa contra alguém que, como ele, fez história no clube. Levir tem a segunda melhor marca dirigindo o Furacão na Arena em Brasileiros, com um aproveitamento de 81,6%. Lopes vem em seguida com 77,8%. Geninho se mantém na ponta, com 87,8%.

"Trata-se de um grande profissional. Deixou muita coisa boa por aqui e nada melhor do que a gente procurar se prevenir", afirma o Delegado, que na opinião de Diego tem muita coisa semelhante com o antigo chefe: "Eles são muito detalhistas, não perdem nada".

Até as preocupações são parecidas: os dois não permitem fotos ou imagens de jogadas ensaiadas nos treinos e pedem para que determinadas informações não sejam divulgadas. Além da simpatia por treinos secretos.

As mudanças no Rubro-Negro serão as entradas de Marcus Winícius no lugar de Cocito (machucado) e André Rocha e David Ferreira nos lugares de Alan Bahia e Evandro (suspensos). Na frente, Lima retorna ao lado de Finazzi.

‹ São Caetano e Atlético, às 19h30, no Premiere 4.

Atleticanas

Retrospecto – Atlético e São Caetano já jogaram nove partidas. São cinco vitórias rubro-negras e apenas duas derrotas. O Furacão fez 15 gols e sofreu sete.

Cocito – O volante foi vetado pelo departamento médico e não viajou para São Caetano do Sul. Com o tornozelo bastante dolorido, ele não sabe se enfrentará o Paysandu, no sábado.

Jancarlos – O lateral não treinou ontem por estar gripado, mas já foi confirmado por Lopes no time titular.

Mercado – O atacante Jorge Henrique foi para o Santo André e o meio-de-campo Rodriguinho está retornando para o Bahia.

Em São Caetano

São CaetanoSílvio Luís, Alessandro, Neto, Thiago e Triguinho; Júlio César, Pingo, Raulen e Márcio; Marcelinho e Dimba.Técnico: Levir Culpi.

AtléticoDiego; Jancarlos, Danilo, Paulo André e Marcão; André Rocha, Marcus Winícius, Fabrício e Ferreira; Lima e Finazzi.Técnico: Antônio Lopes.

Horário: 19h30.Estádio: Anacleto Campanella.Árbitro: Willian Marcelo Souza Neri (RJ).Assistentes: Carlos Henrique Alves de Lima (RJ) e Avelino Menezes Pimentel (RJ).

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