Marcos Malucelli não quer se pronunciar| Foto: Antonio Costa/ Gazeta do Povo

C13 anuncia assinatura com a Rede TV!

São Paulo - Ontem, no mesmo dia em que o Sport se tornou o sétimo clube a acertar com a Rede Globo a transmissão de seus jogos no triênio 2012/13/14, o Clube dos 13 anunciou a assinatura do contrato com a RedeTV! em nome de 15 de seus 20 associados. Ba­­seou-se no fato de ter procurações desses clubes. Apenas Corinthians, Palmeiras, Santos, Fluminense e Goiás não estão incluídos. O C13 ainda promete recorrer ao Cade (Conselho Admi­­nistrativo de Defesa Econômica), que controla a concorrência no Brasil, para obrigar os insurgentes ao cumprir o acordo.

O C13 diz ter recebido as procurações ao se tornar avalista de empréstimos bancários dessas 15 agremiações. Em troca, os clubes teriam dado à entidade poderes para negociar e assinar por eles o contrato de transmissão. "Estavam precisando de empréstimos e tanto eles quanto os bancos solicitaram que o Clube dos 13 fosse avalista", disse Athaíde Gil Guerreiro, diretor-executivo da entidade. É sustentado nessas procurações que a entidade vai ao Cade pedir que o órgão interfira e determine que os 15 clubes cumpram o contrato com a emissora ganhadora da licitação para tevê aberta.

Mas a luta do C13 pode se tornar inglória, como avalia o advogado Domingos Sávio Zainaghi. Ele não conhece o estatuto da entidade e fala em tese. Mas lembra: "A Cons­­tituição garante o direito de se associar ou de sair de uma entidade, as­­sociação, instituição, no mo­­mento em que se quiser. E a Cons­­tituição é preponderante".

O artigo 5º, parágrafo XX, da Constituição Federal diz que "ninguém poderá ser compelido a as­­sociar-se ou a permanecer associado" a entidades e afins. Por isso basta que um clube tenha comunicado oficialmente à entidade sua desfiliação para estar livre. O C13, por sua vez, alega que os empréstimos feitos pelos clubes não foram quitados e que, em vez disso, foi pedido prorrogação do empréstimo e do aval.

Agência Estado

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Veja quantos jogos cada time da série A terá na TV aberta no primeiro turno
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Fiel ao Clube dos 13 na briga en­­volvendo os direitos de transmissão do Campeonato Bra­sileiro no triênio 2012/13/14, o Atlético coincidentemente será o time com me­­nor exposição na tevê aberta neste ano. A tabela do primeiro turno da Sé­­rie A aponta a transmissão de apenas uma partida.

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Além do Atlético, São Paulo e Atlético-MG não se mostraram in­­teressados até agora em negociar individualmente com a Globo, atual detentora dos direitos. Eles seguem ao lado do C13 e da Rede TV!, vencedora da licitação aberta pela entidade.

Em comparação com 2010, o São Paulo, que lidera o bloco, terá três partidas a menos transmitidas – 8 contra 5. Para efeito de comparação, os rivais paulistas Corin­thians e Palmeiras terão, respectivamente, 16 e 12. Já o Galo mineiro aparecerá na tevê aberta apenas 3 vezes. O Internacional, que admitiu abrir negociações separadas, mas havia começado ao lado do C13, terá 4 jogos televisionados.

O único jogo do Furacão na grade de transmissões é contra o Co­­rinthians, na Arena da Bai­­xada. Ou seja, por ser em casa, os curitibanos não verão o Rubro-Negro em ação pela tevê aberta em ne­­nhuma oportunidade no primeiro turno do Nacional.

O rival Coritiba, um dos primeiros a fechar com a Globo, terá sete jogos com sinal aberto, sendo quatro vezes para Curitiba e outras três apenas para as demais praças. É a quinta equipe de toda a Série A que mais aparecerá. Mais do que o Coxa, apenas Corinthians, Pal­­mei­ras, Fla­­men­­go e Vasco.

O jornalista e especialista em gestão e marketing esportivo Erich Beting diz que não há como afirmar se tratar de uma retaliação por parte da Globo, mas concorda que os "fiéis" ao Clube dos 13 saíram perdendo. "É complicado dizer que esses times foram punidos, mas obviamente é estranho essa diminuição da exposição", diz Beting. "Porém vale lembrar que isso é só para o primeiro turno. Se estiverem bem no campeonato, vão ter mais jogos transmitidos", pondera.

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Para ele, a menor visibilidade deve prejudicar o Atlético. Afinal, quan­­to menos o time é exposto, me­­nos espaço tem os patrocinadores. "Eles não têm um retorno de visibilidade. Em futuras negociações, isso pode espantar investidores", analisa.

A Gazeta do Povo tentou contato com o presidente atleticano, Marcos Malucelli, e com o vice de finanças do Furacão, Enio For­­nea, para comentarem o as­­sun­­to, mas os dirigentes não atenderam às ligações da reportagem. Desde a saída de Paulo César Ve­­rardi no fim do ano passado, ninguém ocupa a diretoria de mar­­keting do clube. Por meio da assessoria de im­­prensa, o Atlé­­ti­­co informou que não vai se ma­­nifestar sobre o tema enquanto as negociações relacionadas aos direitos de transmissão estiverem em andamento.