Copa das confederações
Ontem, na primeira hora da venda de ingressos para o torneio, cerca de 20 mil pessoas pediram os bilhetes da categoria popular (R$ 57) que terá pelo menos 50 mil entradas comercializadas. Em caso de excesso de procura, até o dia 15/1, um sorteio deve definir os compradores.
Parte importante na engenharia financeira para a conclusão da Arena, a agência Fomento Paraná teme adiamento no repasse de recursos para a reforma do estádio da Copa de 2014 por falta de um posicionamento do Atlético.
O órgão convocou o clube e a CAP/SA, gestora da obra, no dia 28 de novembro para assinar o contrato com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e tinha até o dia 30 para encaminhar o documento à instituição federal. Até ontem os dirigentes atleticanos não haviam procurado a Agência, intermediadora do acordo.
"Com a publicação do contrato entre o estado e o BNDES no Diário Oficial, na quarta-feira, a Fomento Paraná estava autorizada a firmar contrato com o Atlético e a CAP/SA e não recebemos oficialmente por parte do Atlético nenhum tipo de comunicação", alertou o diretor jurídico da Fomento Paraná, Samuel Ieger Suss.
A demora, segundo ele, ameaça postergar para 2013 a liberação de duas parcelas, de R$ 27 milhões cada, previstas para serem depositadas ainda neste mês. "A possibilidade de o repasse ocorrer depende da assinatura do contrato ainda nesta semana", explicou. Procurada por e-mail e telefone, a assessoria de imprensa do Rubro-Negro disse "não ter nada a declarar".
"O governo do estado batalhou tanto atrás desse recurso para adequação da Arena e agora está sem saber o que está acontecendo. Nossa obrigação, nós cumprimos. Agora eles precisam vir e assinar o contrato", cobrou Suss.
Uma das preocupações da Fomento Paraná é que o silêncio seja motivado pelo pedido de alteração no contrato, feita pelo clube no último dia 22 em reunião com a secretaria do Planejamento e Coordenação Geral do estado conforme relatório da agência ao qual a Gazeta do Povo teve acesso.
"Dependendo do tipo de mudança [que for requerida pelo clube] pode ser necessário rever a legislação estadual e municipal já aprovada e até o acordo tripartite [entre governo, prefeitura e Atlético] formalizado para a conclusão do estádio", revelou.
O diretor jurídico da Fomento Paraná demonstrou receio também em relação ao acerto divulgado pela Gazeta do Povo referente à parceria entre o clube e a empresa americana de entretenimento AEG, responsável pelo gerenciamento da Arena.
"O que sabemos é pela imprensa. Mas, se for isso mesmo que foi divulgado, pode ser necessário estudar a minuta do contrato para saber quais obrigações assumiu o Atlético e se haverá alteração no fluxo de recebíveis que possam interferir no nosso acordo", comentou.
A preocupação nasce pelo fato de que alguns frutos da praça esportiva foram colocados como garantia de pagamento ao estado.
Em contrato atualizado no dia 18 de setembro, entre o clube e a autarquia, a cláusula sexta do financiamento excluiu o Atlético e deixou a CAP/SA como responsável pelo depósito de "todos os recebimentos de recursos provenientes da gestão financeira da operação da Arena".
Junto com essa mudança foram excluídos também a definição literal das garantias oriundas da Baixada, tais como mensalidade de sócios, patrocínio, licenças, naming rights, propagandas, aluguel de estádio, estacionamento, locação de lojas e acentos premium, todos agora envolvidos na parceria com a AEG. Pela redação corrigida, não há mais especificação sobre ítens que a CAP/SA deixará como aval.
A AEG, após a reabertura do Joaquim Américo, será remunerada com receitas líquidas entre 9% e 12% do palco curitibano do Mundial.
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