
Entrevista
Adilson Batista, técnico do Atlético
Como você pretende montar o Atlético?
Tenho um padrão que eu já vinha fazendo no Cruzeiro, no Santos e no Corinthians. Uma linha de quatro, com os três no meio, um solto e dois na frente. Podemos ter uma linha de quatro, os três no meio e três na frente. Depende da disponibilidade, do condicionamento físico e da função que o atleta pode exercer.
Qual é o tipo de reforço você procura?
Agora chegou o Wendel. Esse é o tipo de jogador que a gente quer. Versátil, joga na lateral direita, faz primeiro e segundo volante, podendo quebrar um galho na esquerda. Eu prefiro um grupo com 28 do que com 40 que não resolvem nada
Em uma semana já é possível avaliar este time?
Eu já vinha acompanhando lá de cima, nas cadeiras [da Arena]. Mas em uma semana é difícil julgar. Precisávamos melhorar e para isso precisamos de tempo. Ninguém vai iludir o torcedor.
E o Kléberson?
É um atleta de ponta que nós precisamos ajudar a recuperar para que ele possa jogar aquele futebol que todos nós conhecemos.
Treinadores paranaenses, como Levir Culpi e Cuca, reclamam da cobrança excessiva na terra natal. Você sente essa pressão?
Eu não tive pressão porque não teve jogo. Não perdi nenhuma ainda. O futebol é assim. A gente respeita e entende. É a paixão. Já treinei o Paraná, passavam lá, gritavam o nome do Saulo, mas isso é da bola.
Como você está encarando essa volta ao Atlético?
Estou muito satisfeito. É mas um desafio, um clube grande, com estrutura. Temos que prestar atenção para qualificar a equipe e voltar a chegar, a incomodar de novo.
Cianorte x Atlético
Cianorte, 16h
Cianorte: Marcelo; Brinner, Valdir, Rafael Mineiro e Ligger; Jovane, Geandro, Almir (Felipe Pinto) e Tiago Santos; Marquinhos e Giancarlo. Técnico: Ronaldo Bagé.
Atlético: Renan Rocha; Wagner Diniz, Dalton, Rafael Santos e Paulinho; Deivid, Robston (Kléberson) e Paulo Baier; Guerrón, Lucas e Adaílton (Héverton). Técnico: Adilson Batista.
Estádio: Albino Turbay. Árbitro: Leandro Júnior Hermes. Auxs.: Roberto Braatz e Arestides Pereira da Silva Jr.
"Conversa comigo é lá dentro do campo. Não é tratando com os amiguinhos, com os empresários. Comigo não pega isso." As palavras de Adilson Batista resumem bem o estilo do novo técnico atleticano, que estreia hoje contra o Cianorte, às 16 horas, no interior do estado.
Se mostrando disciplinador e estritamente profissional, o comandante preza por mais treinamento e menos conversa fora de campo especialmente com intermediários. Papo, somente no gramado, para ajustar detalhes do time. Ali fala o quanto acha necessário. Isso ficou nítido no último treino liberado para a imprensa antes da viagem.
"Ele vem orientando a equipe durante toda a semana. O Adilson está deixando a gente à vontade para jogar, dando confiança para todo mundo chegar lá e mostrar o que tem. Por enquanto ainda não deu muita bronca", contou Deivid. O volante é a principal novidade confirmada para hoje, no lugar do dispensado Alê. A outra possível mudança é a entrada do atacante Adaílton no lugar do suspenso meia Madson, deixando a equipe com três atacantes.
Mesmo com a imagem de rígido que o técnico carrega por onde passa, quem convive nos bastidores com ele garante que é um profissional muito sereno. Não à toa a palavra "tranquilo" é a mais dita pelos funcionários do Atlético, quando questionados sobre o comportamento do ex-zagueiro. "Disciplina é uma coisa. Ser ranzinza é outra", disse o massagista Bolinha.
A mesma opinião é compartilhada pelo coordenador do departamento médico atleticano, Edilson Thiele. "A única mania dele é sempre meia hora antes do treino saber quem está nos preocupando [por causa de lesões]", afirmou, acrescentando que o treinador internamente é uma pessoa fácil de lidar e sorridente.
Já o preparador de goleiros Marco Aurélio Tedeschi lembrou que os ex-jogadores atleticanos que trabalham no clube, como ele próprio e o treinador, naturalmente se sentem bem quando retornam em outras funções.
A sensação de estar em casa é confirmada pelo estreante de hoje, que rasga elogios ao Rubro-Negro. "O Atlético recebe todos os profissionais bem, muita gente teve passagens boas aqui. Fica a amizade, o respeito. É um clube simpático. Sou tratado normalmente, conheço uma turma antiga. Me sinto em casa", afirmou Adilson, que tentará, provavelmente com muitos gritos da beira do gramado, manter vivo o sonho da conquista do segundo turno do Estadual.
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Ao vivo
Cianorte x Atlético, às 16 horas, na RPC TV, na Rádio 98 FM (98,9) e no tempo real da Gazeta do Povo.
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