Time na zona de rebaixamento, 108 dias sem vitória em casa, insatisfação da torcida com técnico e jogadores, promessa de panfletagem contra a diretoria...
Ingredientes não faltam para fazer o Caldeirão rubro-negro voltar a ferver no jogo de hoje, às 18h10, entre Atlético e Juventude. Mas não para cozinhar o adversário, como tantas vezes já aconteceu na Arena. Se não der um jeito de voltar a vencer no estádio, é o Furacão que pode virar vítima de sua principal arma.
O nível de tolerância da arquibancada está perto do limite. Em nenhum dos três insucessos em casa pelo Brasileiro, nos quais já ocorreram vaias e protestos, a situação era tão delicada como agora.
Na estréia contra o Fluminense (1 a 2), havia a expectativa de reação depois das quedas no Paranaense e na Copa do Brasil. Na quarta rodada, diante do Inter (1 a 2), o time vinha embalado pela goleada sobre o Botafogo. E, na semana passada, a vitória em cima do Santa Cruz havia criado um ambiente positivo para enfrentar o Goiás (2 a 3).
Desta vez não há nenhum atenuante. Pelo contrário, a derrota de quarta-feira para o São Caetano, em jogo transmitido pela tevê aberta para Curitiba, que jogou o Rubro-Negro na zona de rebaixamento, minou ainda mais a confiança dos torcedores. Os poucos que acompanharam o time no ABC Paulista deram seqüência aos protestos com o já tradicional grito de "Fora, Givanildo!".
O técnico, que não dá entrevistas há uma semana, foi eleito por parte da torcida como ícone da má fase. Mas não pela diretoria, que vem bancando a permanência dele no comando mesmo com toda a pressão. Outra parcela dos atleticanos culpa a administração do clube e promete distribuir panfletos com críticas antes de a bola rolar.
Também cobrados, os jogadores sabem que estão em débito com a torcida. O lateral-esquerdo Ivan, por exemplo, não se sente à vontade nem para pedir paciência, como fizerem seus companheiros e o treinador em rodadas anteriores.
"Não vou chamar os torcedores nem pedir apoio porque sei que estão chateados. Temos de voltar a ganhar em casa para depois ter moral de querer alguma coisa deles", admitiu, sem esconder seu sentimento diante da situação: "Estou envergonhado. Sei que está todo mundo brabo nas ruas, a gente vê o desânimo por aí."
Para começar a reverter a situação, só vencendo o Juventude. Somente com os três pontos a procura por culpados será interrompida, assim como a contagem que vem atormentando os rubro-negros ultimamente. Caso não consiga quebrar o jejum em casa, outra chance só daqui a uma semana, contra o Palmeiras, 116 dias depois do último triunfo no Caldeirão.
Atlético x Juventude, às 18h10, no Premiere F.C.
Em Curitiba
AtléticoCléber; Danilo, Paulo André e Alex; Carlos Alberto, Erandir, Alan Bahia, Evandro e Ivan; Ferreira e Herrera.Técnico: Givanildo Oliveira.
JuventudeAndré; Fábio Ferreira, Fabrício e Walker (Marcão); Raulen, Renan, Vanderson (Walker), Marcel e Lino; Leandrinho e Éder Ceccon. Técnico: Hélio dos Anjos.
Estádio: Kyocera Arena. Horário: 18h10. Árbitro: Elvécio Zequetto (MS). Auxiliares: Alécio Aparecido Lezzo (MS) e Paulo César Pereira de Freitas (MS).
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