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Mudança de nome, camisa, escudo... As semifinais da Série Prata (Segundona do Campeonato Paranaense) começam hoje expondo a crise de identidade que assola quatro dos principais clubes do interior.Às 16 horas, o Operário irá receber o Galo Maringá. No mesmo horário, no Estádio Olímpico, Cascavel e Toledo fazem o clássico da região Oeste sem o glamour dos anos 70 e 80, em um duelo que, devido às mudanças nos clubes, poderia ser chamado de "Clássico da Soja Transgênica".

Para chegar à elite estadual, os clubes se enfrentam em jogos de ida e volta. O dois melhores no saldo dos confrontos garantem vaga na na Série Ouro de 2006. De quebra, fazem a final da divisão de acesso.

Nas mudanças de rotas que as equipes finalistas já sofreram, destaca-se o time cascavelense. Depois de conquistar o estadual de 1980, a associação local foi sofrendo inúmeras metamorfoses. Abandonou o uniforme tricolor (azul, vermelho e branco), vestiu amarelo e preto e voltou novamente às origens.

A cidade chegou a ter três times no ano passado. O imbróglio chegou ao fim quando um grupo de torcedores conseguiu viabilizar uma fusão. Nasceu assim o Cascavel Clube Recreativo – atual nome da "Cobra". "É um novo começo", destaca Jair Bordignon, empresário e fã do futebol da Região Oeste.

Situação similar vive o rival Toledo. Após cinco alterações na identidade, o município renasceu com o apoio do empresariado. Uma cervejaria, ao lado de uma companhia prestadora de serviços, bancou o projeto e colocou o time em campo.

"Tivemos uma fase difícil no ano passado, quando o Império (do empresário Aurélio Almeida) se acomodou aqui. Era uma aventura. Hoje estamos recuperando a credibilidade", lembra Irno Picinini, diretor administrativo e um dos idealizadores da nova agremiação – chamada pela abreviatura TCW. "Aos poucos o povão está voltando ao estádio", assegura.

Os furos contábeis acabam sendo um dos motivos para a troca constante de personalidade jurídica. Prova disso é o representante da Cidade Canção. Melhor do regional em 1963 e 77, o Grêmio Esportivo Maringá atende agora simplesmente por Galo – o antigo mascote.

"O motivo principal para essas alterações é a dificuldade para sustentar o futebol. A torcida quer resultado, o dirigente investe mal e as dívidas ficam...", avalia Aristides Mossambani, colaborador do Alvinegro do Norte. "Recuperamos o preto e branco do uniforme. Nos últimos anos usamos vermelho e até verde", ressalta.

Crises e dificuldades também pontuam a trajetória do tradicional Operário Ferroviário, com 93 anos de idade – não de existência. Durante um período de exceção (entre 1993 e 2003), o clube viu o Ponta Grossa levar a torcida do Fantasma ao Germano Kruger.

Problemas administrativos – leia-se falta de dinheiro – provocaram a saída forçada. A retomada veio apenas em 2004, após a união de torcedores e microempresários dos Campos Gerais.

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Cascavel x Toledo, às 16 horas, na Paraná Educativa.

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