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Festa da Fúria na Arena Pernambuco: espanhóis foram muito superiores no duelo com a Celeste | Felipe Trueba/ EFE
Festa da Fúria na Arena Pernambuco: espanhóis foram muito superiores no duelo com a Celeste| Foto: Felipe Trueba/ EFE

De metrô

Os organizadores fizeram uma campanha massiva para que os torcedores usassem transporte público para ir à Arena Pernambuco e foram atendidos. A maioria trocou o carro pelo metrô e ônibus. A Gazeta do Povo usou a mesma locomoção. Embora demorado – foram duas horas de Boa Viagem até o estádio –, o trajeto foi percorrido sem atropelos e com orientação rápida e precisa dos voluntários. O único problema foi a parte final do percurso. Um ônibus leva os torcedores do metrô até a um quilômetro do estádio. A partir dali, é preciso ir a pé – e, ontem, na chuva.

  • Uruguaio Forlán cabisbaixo após a derrota para a Espanha

Ao comparar o estilo de jogo do seu Uruguai com o da Espanha, no sábado, Óscar Ta­­bárez recorreu a uma estatística da Copa do Mundo de 2010: "Eles foram a equipe que mais correu com a bola e nós, a que mais correu sem a bola." Uma antevisão do que aconteceu domingo (16), na Arena Pernambuco, pela abertura do Grupo B da Copa das Confederações.

A Espanha colou a bola no seu pé e trocou passes insistentemente, como faz nos últimos cinco anos, período em que venceu duas Eurocopas e um Mundial. O Uruguai se defendeu e correu atrás dos espanhóis. O 2 a 1 para a Fúria acabou refletindo pouco o domínio europeu.

No momento em que Pedro abriu o placar, aos 20/1.º, em um rebote de escanteio, a estatística de posse de bola marcava 80% a 20% para a Espanha. Ao fim do jogo, a proporção era 71-29. O total de passes trocados foi 695, com espantoso acerto de 90%.

Os números contra a Ce­­leste foram maiores do que nas grandes conquistas espanholas. Na Copa-2010, foram 678,3 passes por jogo, com acerto de 80% e 70% de posse de bola. Na Euro-2012, 626,3/jogo, 80% de eficiência e 60% de posse.

"A Espanha foi muito superior e justificou a vitória. Impôs seu jogo principalmente no primeiro tempo e não tivemos organização nem a recuperação de bola necessárias. Tentamos imprimir mais lógica no segundo tempo apelando para a vergonha e a honra. A imagem profissional foi recuperada por nós, com um jogo digno", comentou Tabárez.

A perfeita sinfonia espanhola demorou a ser assimilada pelo torcedor. Com menos de cinco minutos, a troca de passes aparentemente sem objetividade já recebia vaias de um público claramente favorável ao Uruguai. Tanto por a Celeste ter sido adotada pela plateia local como pelo bom número de uruguaios espalha­dos pelas arquibancadas.

"Isso [as vaias] tem a ver com nosso estilo de jogo. A gente tenta controlar bem a bo­­la, mas não pode só bater bola no meio. Tem de ganhar penetração e profundidade", explicou o técnico espanhol, Vicente Del Bosque.

Nem a vaia – mais doída pela acústica do estádio de arquibancadas altas – tirou a Espanha de seu ritmo. Não demoraram a aparecer a capacidade de organização de Xavi, a movimentação de Iniesta e os passes precisos de Fàbregas para abrir a defesa charrua e chegar ao gol duas vezes ainda no primeiro tempo – Soldado ampliou, em bola enfiada por Fàbregas.

O torcedor voltou a pender pelos uruguaios quando pediu a entrada de Forlán no segundo tempo – e foi atendido. Pouco depois, vaiou a saí­­da de Xavi. E quando o jogo entrou na contagem regressiva para o fim, torcedores do Sport, maioria na arquibancada, começaram a gritar hinos do seu clube, enquanto muitos outros deixavam o estádio para pegar o metrô de volta para casa. Clubismo deixado de lado só quando Suárez descontou, em um golaço de falta, dando a falsa impressão de uma reação heroica da Celeste.

"O resultado dá a impressão de um jogo mais apertado, mas merecíamos mais um gol", disse Andrés Iniesta, eleito o craque da melhor aula possível de futebol na atualidade. Algo que o público não soube desfrutar plenamente.

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