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| Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo

Atlético estreita laços com empreiteira

A construtora OAS, que surgiu como uma alternativa para a conclusão da Arena, trabalha com a possibilidade de aportar recursos próprios no estádio. Além de ser a responsável pela obra, uma fonte ligada à construtora afirmou que a empresa está disposta a participar mais ativamente do empreendimento.

Para isso, o Atlético teria que entrar com uma contrapartida, como ocorreu com a Arena do Grêmio. No caso do time gaúcho, a OAS receberá o terreno do Estádio Olímpico em troca da participação na construção.

O Atlético analisa o cenário atual com bons olhos e aguarda uma proposta mais concreta a respeito do que pode ser feito. Entretanto, o presidente do Rubro-Negro, Mar­­cos Malucelli, adianta que não deixará o clube à mercê da empreitera e que defenderá os interesses do Furacão. "Quero deixar claro que não vamos abrir mão nem de recebíveis de televisão e sócios e nem vamos entregar para a empresa a administração do estádio. Vamos ver qual a proposta que vem deles", disse Malucelli, não descartando a possibilidade de ceder à OAS "na­­ming rights" do complexo, da mesma forma que ocorreu com a Kyocera. "Tem outras alternativas", completou.

As negociações chamaram a atenção de outra construtora, que já procurou o Atlético para iniciar conversações. Com isso, a OAS ga­­nha a concorrência de uma empresa que está construindo um estádio para a Copa do Mundo de 2014, segundo apurou a reportagem. (GR)

Secretário muda o discurso

O discurso oficial mudou. Mesmo sem querer admitir que Curitiba está fora da Copa das Confederações, o secretário do estado para assuntos da Copa, Mario Celso Cunha, fez questão de afirmar que a preparação paranaense é para a Copa do Mundo. "Testes podemos fazer de outras formas, como quando recebemos a seleção brasileira", argumentou. Para ele, se Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador e Brasília forem confirmadas como sedes do torneio pré-Mundial, a escolha terá sido política e não técnica. "Foram citados estádios de grande capacidade. Talvez foi baseado nesse critério", opinou.

Atlético

O clube anunciou que criou uma comissão com oito conselheiros que acompanhar os assuntos relacionados à Copa. Ontem o Furacão também confirmou a contratação do volante Cléber Santana. O jogador ficará emprestado até o final do ano, com os salários divididos entre São Paulo e Atlético. (GR)

O anúncio de que Curitiba está fora da Copa das Confederações, em 2013, revelado na quinta-feira, trouxe como consequência um temor na cidade. O medo é de que a capital paranaense deixe de arrecadar muito dinheiro com a ausência no torneio, evento-teste para o Mundial do ano seguinte. As informações apontam para Porto Ale­­gre, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Brasília como sedes da competição.

Especialista em marketing esportivo e gestão de clubes de futebol, Amir Somoggi não sabe mensurar precisamente quanto a economia local deixará de movimentar. Ele cita pelo menos dois aspectos em que a capital paranaense deixará de ganhar com a exclusão por parte da Fifa: a visita de turistas durante o torneio e a divulgação positiva da imagem da cidade no exterior. "É só ver que a Fórmula Indy injetou na economia de São Paulo algo em torno de R$ 100 milhões", disse o especialista, ressaltando que o evento esportivo não chegou a ficar uma semana na capital paulista.

Somoggi vai além. Para ele, a saída de Curitiba da Copa das Confederações pode ter reflexo no encaminhamento da cidade como subsede do Mundial de 2014. "A Fifa já vai enxergar as cidades escolhidas, se passarem no teste da Copa das Confederações, como garantias de sede", afirmou.

Outro que confirma a perda de "milhões de dólares" com a ausência no evento é Henrique Lenz César Filho, presidente da Associa­­ção Brasileira da Indústria de Hotéis do Paraná (Abih-PR). "É um baque muito grande. Nós estávamos preparando todo trabalho da hotelaria já para 2013", avisou, reforçando a lamúria.

Em uma estimativa inicial, César Filho esperava ter 60% do movimento de Copa do Mundo já na Copa das Confederações, que reúne as seis seleções campeãs dos seus continentes, além do país sede (Brasil) e do atual dono do título mundial (Espanha).

"A hotelaria está desde o ano passado se mexendo. Vários restaurantes vêm sendo inaugurados, os taxistas já estão em treinamento", revelou. "Mas no restante ninguém fez nada. Não puseram um saco de areia no [estádio do] Atlé­­tico. Já perdemos 2013. Estou começando a ficar com medo de perder a Copa do Mundo", criticou.

No Rubro-Negro a notícia foi encarada com surpresa, pois se esperava o anúncio das escolhidas apenas para julho. Presidente do clube, Marcos Malucelli, contudo, não acredita que o veto tenha relação com o imbróglio que tomou conta do início das obras da Arena. Ele até vê um ponto positivo na possibilidade de Curitiba ficar de fora do torneio. "O Atlético não perde nada financeiramente por não ser aqui. Pelo contrário. Dá até um fôlego para tocar as obras. Para a Copa das Confederações o estádio tinha que ficar pronto até dezembro de 2012. Para a Copa do Mundo o prazo éjulho de 2013", disse ele, confirmando a possibilidade de a Arena não fechar para a reforma já neste ano. "Se não vai participar, não tem porque precipitar. Pode começar a obra por outra etapa que não atinja o gramado", argumentou.

Os políticos locais, porém, se­­guem com o discurso de que a Fifa ainda não confirmou oficialmente a ausência de Curitiba.

Especulação

Diretor de comunicação do Comitê Organizador Local (COL), Rodrigo Paiva negou que as sedes da Copa das Confederações já estejam escolhidas. "Isso é uma aposta do Jornal Nacional. Nós vamos divulgar no dia 29 de julho. Qualquer coisa que sair antes disso é especulação", garantiu. Porém o diretor demonstrou, mesmo sem querer, o receio pela forma como Marcos Malucelli está tratando o assunto. "O presidente do Atlético deve estar causando mais problemas para vocês do que esta notícia [da escolha das sedes] ", soltou. Questionado sobre a afirmação, ele alfinetou. "Já começou a obra aí?"

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