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Empresário Marcelo Lipatín (dir) ao lado de Ricardinho | Marcelo Elias/ Gazeta do Povo
Empresário Marcelo Lipatín (dir) ao lado de Ricardinho| Foto: Marcelo Elias/ Gazeta do Povo

Seleção brasileira

Aposentado há um ano e meio, Lipatín, 35 anos, abandonou os gramados e emendou, logo em seguida, a carreira nos bastidores do mundo da bola. Menos de 2 meses após se despedir dos campos ele já agenciava jogadores e acertava transferências para o exterior. Usando a sua experiência como exemplo, o empresário afirma que o pouco tempo de aposentadoria e de carreira não irá prejudicar o trabalho de Ricardinho no Paraná.

"O jogador termina a carreira e não sabe para onde vai, é tudo muito tentador. Quando há essa ligação direta é porque há claridade. Foi rápido para ele sim, mas por que houve convicção naquilo que ele quer", pontuou Lipatín.

Ele garante que a personalidade do craque o iguala a figurões como Luis Felipe Scolari, Vanderlei Luxemburgo e Alex Fergunson. "O Ricardo não vai ser um treinador que vai chegar e simplesmente escalar o time. Ele tem opinião própria, tem convicção e se encaixa no perfil destes treinadores que fazem isso", afirmou.

Sem se limitar às quatro linhas, a missão do treinador será reestruturar o departamento de futebol. Segundo Lipatín, a contratação do novo gerente de futebol, Alex Brasil, teve o aval de Ricardinho. Entretanto, o representante do técnico garante que as atenções do ex-meia estarão focadas ao campo. "Pela legalidade e pelo conhecimento que ele tem, tudo que envolver futebol vai ter o dedo dele, mas a sua maior contribuição vai ser implantar a mentalidade vencedora que se perdeu no Paraná e os resultados serão conseqüência disso", explicou.

Para o ex-atacante, apesar de há poucos dias no cargo, a motivação de Ricardinho como treinador não se limita ao Paraná. De acordo com o antigo companheiro, o grande sonho do pentacampeão é treinar a Seleção Brasileira. "Hoje ele é o treinador do Paraná, mas a gente sabe que amanhã ele pode ser do Grêmio, do Corinthians...quem sabe em 2022 ele não será o técnico do Brasil na Copa?", indaga. (CB)

Há pouco mais de um mês, a volta de Ricardinho ao Paraná parecia um sonho improvável e distante. Nem os torcedores e nem a diretoria imaginavam que o clube iniciaria uma das temporadas mais turbulentas da sua história com o ídolo à frente da equipe. O "projeto Ricardinho" começou a ser desenhado no início de dezembro e só saiu do papel graças a um velho conhecido do Tricolor.

O ex-jogador e agora empresário Marcelo Lipatín foi quem teve a ideia de transformar o meia em técnico e foi também o responsável por intermediar a aproximação entre o craque e os dirigentes paranistas. Em duas semanas ele convenceu Ricardinho a abrir mão de um ano de contrato com o Bahia, pendurar as chuteiras e aceitar o desafio de retornar, em uma nova função, ao clube que o revelou. "O que eu fiz foi vender este sonho e estimular no Ricardinho a vontade de embarcar nisso", revelou.

Amigos há mais de 20 anos, Lipatín e Ricardinho começaram juntos no futsal e nas categorias de base do Tricolor. Após dois anos sem se ver, a dupla se reencontrou no início de dezembro durante um jogo beneficente na sede social do clube. No encontro, ficou acertado que o ex-atacante uruguaio seria o representante do antigo companheiro quando ele abandonasse os campos para virar treinador.

O que era para ser um acordo para o futuro foi abreviado pela insistência do empresário. "Mos­­trei para o Rica que ele é a pessoa certa, no lugar e na hora certa. No Paraná ele vai ter tempo para organizar a equipe e colocar a casa em ordem", garantiu.

Após o "sim" do craque, Lipatín procurou o vice-presidente paranista, Luis Carlos Casa­­grande, para iniciar as negociações. De pron­­to, os dirigentes aceitaram a proposta.

Ciente da condição de ídolo na Vila Capanema, Ricardi-nho chegou com carta branca. Mas, antes de oficializar a aposentadoria, buscou um diagnóstico completo da atual situação do seu time do coração. "Ele fez questão de conversar sobre as categorias de base e sobre os atrasos nos salários. A questão econômica foi o último ponto das conversas, mas posso garantir que o Paraná ofereceu um bom contrato para ele", disse.

O vínculo vai até o final do ano. Até lá, Ricardinho enfrentará a pressão para transferir a euforia com o seu retorno em resultados. Convicto, o mentor da volta do ídolo paranista afirma ter certeza do sucesso do novo comandante. "Não existe chance de fracasso. O Ricardinho vai ser campeão da Série Prata e vai beliscar uma vaga na Primeira Divisão do Brasileiro. Depois disso, ele vai seguir a carreira dele e deixar o Paraná no lugar que merece", garantiu Marcelo Lipatín.

Lista

O técnico Ricardinho definiu ontem 17 jogadores para iniciar a pré-temporada. Sete atletas das categorias de base se juntam aos jogadores que possuem contrato com o clube. As novidades são o lateral-direito Paulo Henrique e do atacante Wellington Silva, que estavam emprestados e retornam para o Paraná. Já o goleiro Thiago Rodrigues e o meia Marquinhos Carioca não fazem parte da lista e devem ser negociados.

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