Azuis tentam adiar adeus de Zidane

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Colônia – A tarefa parece simples para qualquer grande seleção: vencer o desclassificado Togo por dois gols de diferença e avançar às oitavas-de-final. Mas a moral dos franceses está tão baixa que nem o torcedor acredita que sua seleção conseguirá a classificação na partida de hoje, às 16 horas, em Colônia.

Uma pesquisa feita pelo jornal Le Parisien, em Paris, mostrou que 59% dos entrevistados acreditam na desclassificação precoce da França, repetindo o vexame desempenho de 2002, na Coréia/Japão, e mantendo o histórico recente.

Depois do título em 98, nos 3 a 0 sobre o Brasil, a equipe de Zidane atuou mais cinco partidas em Mundiais, perdeu duas e empatou três, marcando apenas um gol. Pior que isso, em nenhuma ocasião foi sequer a sombra daquela campanha vitoriosa. E a média de gols da França sob o comando do técnico Raymond Domenech é de apenas 1,39 gol por partida.

"Não esperávamos chegar ao terceiro jogo precisando ganhar, mas teremos de enfrentar essa pressão", afirmou o volante Vieira, que será o capitão da equipe no duelo contra os africanos.

Mas essa pressão será apenas mais um empecilho no confronto. A começar pela suspensão de Zidane, que completa 34 anos hoje e poderá dar adeus ao futebol se o time não garantir a vaga. Passando pela indefinição tática da equipe – será a 22.ª escalação diferente, nos últimos 22 jogos. O campo do estádio Rhein Energie, que a Fifa admitiu estar entre os três piores gramados da Copa. E, claro, a necessidade do placar – fazer mais gols do que conseguiu nos últimos oito anos em Mundiais.

Por isso, na teoria, a França vem cheia de mudanças e deverá ser mais agressiva. Principalmente pelo ataque, que terá a entrada de David Trezeguet para formar a dupla com Thierry Henry. Juntos, ele já marcaram 66 vezes com a camisa francesa – respectivamente 32 e 34 gols.

"Trezeguet é um jogador que tem todas as qualidades necessárias para nos ajudar nesse momento", comentou Raymond Domenech que, curiosamente, foi criticado publicamente pelo atacante da Juventus, da Itália, há alguns dias, por seu cauteloso sistema de jogo.

A questão é entender por que o treinador só resolveu ser mais ousado agora, quando pode ser tarde demais. "Temos um comportamento defensivo bastante sólido, essa é a base do nosso trabalho", explicou Domenech, sem convencer.

Outras modificações ocorrerão no meio-campo com Franck Ribéry, que ficou com a vaga de Sylvain Wiltord e na lateral-esquerda, onde Eric Abidal, também suspenso, será substituído pelo zagueiro Mikaël Silvestre.

Em Colônia

TogoAgassa; Nibombe, Dosseh, Tchangai e Agboh; Dossevi, Mamam, Aziawanou e Coubadja; Forson e Adebayor.Técnico: Otto Pfister.

FrançaBarthez; Sagnol, Thuram, Gallas e Silvestre; Ribéry, Vieira, Makelele e Malouda; Henry e Trezeguet.Técnico: Raymond Domenech.

Estádio: Rhein Energie.Horário: 16 horas.Árbitro: Jorge Larrionda (URU).