Paranaguá se rende ao "mais querido" do país
O fato de Paranaguá ser uma cidade de colonização antiga, sem grande fluxo de novos moradores ao longo do tempo (ao contrário do interior), pode ser o principal fator para a grande escala de flamenguistas no município algo raro no estado.
Futebol em baixa na pequena Sengés
Das 68 cidades pesquisadas no Paraná, o município de Sengés, no Norte Pioneiro, lidera o número de pessoas que declararam não torcer por time algum, foram 49,02% dos 410 entrevistados, enquanto a média dos outros municípios é 35,19%. Muitos moradores contestam o resultado. E a nova geração começa a mudar o perfil avesso aos clubes demonstrado, ao menos, pela pesquisa.
Pato Branco - Na Região Sudoeste do Paraná basta sair pelas ruas, freqüentar bares e acompanhar as rodadas dos Campeonato Nacional para logo perceber quem são os times que predominam na massa de torcedores. São fanáticos colorados e gremistas. Eles ocupam o topo da lista com o Grêmio à frente seguido pelo Inter, segundo a Paraná Pesquisas.
A resposta para tanta influência dos times gaúchos pode estar ligada à colonização da região. A professora de Geografia da Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR, campus Pato Branco), mestre em Ciências Sociais Aplicadas, pesquisadora e escritora do livro Pato Branco Sua História, sua Gente, Neri Bocchesi, explica que a colonização foi predominantemente feita por imigrantes gaúchos, que praticamente invadiram a região entre as décadas de 1920 e 1970.
Além da bagagem e da cultura gaúcha, também trouxeram a paixão por equipes daquele estado. Até porque no Paraná não havia na época grandes clubes de futebol, que foram fundados ou fortalecidos após a década de 70.
O apego pelas equipes gaúchas passou de geração para geração, e hoje é comum ver pelas ruas aposentados e crianças vestidos com a camisa vermelha e branca ou azul, branca e preta.
Há redutos da cada clube na região. Em Francisco Beltrão, por exemplo, existe um bar que só é freqüentado por colorados, e outro por gremistas. Segundo o proprietário do restaurante Vila Nova, que é vice-tesoureiro da Associação dos Gremistas de Francisco Beltrão, fundada há 15 dias, Dirceu Cavalheiro, a pesquisa só confirma a notória maioria gremista. No município também existem os cônsul do Grêmio e do Internacional, que seriam os representantes mais próximos dos clubes gaúchos.
A paixão dos torcedores do Internacional sofreu uma forte injeção de ânimo nos últimos três anos com a conquista de vários títulos e com a revelação do jovem Alexandre Rodrigues da Silva. O atacante incorporou o nome da cidade natal, tornou-se Alexandre Pato e virou ídolo.
Mesmo sendo transferido para o Milan, a passagem do atleta pelo Inter fez surgir na cidade o Consulado Pato-Colorado, fundado em 25 de julho de 2008. Nasceu com o slogan "Para milhares, uma paixão. Para muitos, uma esperança". Isso porque transformou-se em seis meses em uma das instituições que mais desenvolve atividades sociais na cidade.
Segundo a assessoria do consulado em Pato Branco, a idéia é propiciar ações que reduzam os níveis de evasão e de violência nas escolas, promovendo a inclusão social e resgatando a auto-estima da população. Isso sem perder de vista a difusão da imagem do clube e dos atletas.
O responsável pelo consulado é o pai de Alexandre Pato, Geraldo Rodrigues da Silva. O grupo possui um canal direto de relacionamento com os torcedores do Internacional pelo site www.patocolorado.com.br, no qual todos deixam sugestões para novos eventos e projetos.
Para 2009, a direção do consulado pretende implementar uma ação de descentralização nomeando 28 representantes para cada comunidade do interior de Pato Branco, e um para cada bairro da cidade. Com esse trabalho será mapeado e contabilizado quantos torcedores do Inter existem em Pato Branco, e juntamente com a ação será lançado o slogam "Quem somos e quantos somos". Hoje são cerca de 300 associados, que contribuem com pelo menos R$ 20,00 por mês.
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