Barrichelo intensifica caça a Button

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Monza, Itália - Há mesmo algo de especial na relação de Rubens Barrichello com Monza. Ontem, ele ganhou o GP da Itália e somou a sua terceira vitória na pista mais veloz da Fórmula 1. Assim, o piloto brasileiro comprova seu excepcional momento, aos 37 anos e com 280 GPs no currículo, e esquenta de vez a disputa pelo título da temporada.Com a vitória, Rubinho chegou aos 66 pontos, ainda em segundo lugar no campeonato, e diminuiu para 14 pontos a sua desvantagem para o líder, o inglês Jenson Button, que é seu companheiro na Brawn GP e terminou o GP da Itália em segundo lugar, somando agora 80 pontos. Diante desse quadro, os dois vão disputar o título nas quatro etapas restantes."Durante a noite, eu acordava a toda hora, ansioso. A equipe ficou de me ligar às 8 horas para responder se precisaria trocar o câmbio", contou Rubinho, lembrando do problema detectado no sábado que quase comprometeu sua corrida. Mas ele não precisou fazer a mudança, evitando perder cinco posições no grid de largada.

"Os caras não me ligavam, então eu chamei. Felizmente não foi preciso. Deus cuidou do meu câmbio", disse Rubinho, eufórico pela conquista de sua 11.ª vitória na Fórmula 1, muito importante para seu sonho de ser campeão mundial. Agora, o brasileiro aumenta a pressão sobre Button, já sem a ameaça dos pilotos da Red Bull, que foram mal.

"Vou encarar as próximas corridas como esta. Pé no chão, lutando para vencer, lógico. E com exceção de Suzuka, pista que adoro, onde deve estar frio e temos problemas com os pneus, nas demais nosso carro deverá ir muito bem", comentou Rubinho, que dedicou a vitória em Monza aos filhos Fernando, que fez 4 anos no sábado, e Eduardo, de 8 anos.

A exemplo da vitória em Valência, no dia 23 de agosto, Rubinho assumiu a liderança definitiva do GP da Itália no terço final da prova. Em Monza, isso aconteceu na 37.ª das 53 voltas. Tudo porque a Brawn GP elaborou uma estratégia perfeita: um pit stop apenas, diante de duas paradas da grande maioria dos pilotos.

"Foi a forma que encontramos para vencer os carros equipados com Kers (sistema de recuperação de energia, capaz de oferecer cerca de 80 cavalos de potência ao piloto)", explicou Barrichello.Além do câmbio, o drama de Rubinho tinha ainda outro componente: os pneus. Afinal, ele faria metade da prova com um único jogo no traçado de 5.793 metros. "O Button largou com os moles e eu com os duros. Esperava um ataque dele no começo, mas, mesmo assim, consegui ser mais rápido", contou o brasileiro, ao vencer mais esse desafio.

Quando perguntado se dá para continuar amigo do piloto com quem você está disputando o título, Rubinho respondeu. "Não vou sair do meu carro e falar para o Jenson que descobri algo importante, mas na equipe os dados são abertos para os dois", disse o brasileiro.

Respondeu também como é concorrer ao título sem viver sob as ordens de uma equipe como a Ferrari, que sempre o deixou em segundo plano. "Significa muito. Penso que Michael Schumacher pode ter mais habilidade que eu, mas se jogarem nós dois numa jaula com um tigre, eu acredito que saio vivo. Ele, não sei", afirmou o brasileiro. Ao saber da declaração, o ex-piloto alemão foi irônico: "Fico contente de saber que ainda estimulo Rubens".