Bernardo Rezende, técnico da seleção brasileira masculina de vôlei
Não é fácil conseguir a atenção das crianças quando têm uma bola em mãos. Mas Bernardinho consegue tal feito sem esforço. Prova disso foi dada na tarde de ontem, quando o técnico da seleção masculina de vôlei visitou o Centro de Capacitação Esportiva, no Tarumã, em Curitiba. Assim que chegou, os alunos do programa Esporte-Cidadão Unilever, coordenado pelo Instituto Compartilhar (fundado por ele em 2003), pararam tudo para tirar fotos e pedir autógrafos ao ídolo. Lá, Bernadinho falou à Gazeta do Povo sobre a escolha do Rio para sediar a Olimpíada de 2016 e a renovação da seleção.
Como você avalia a escolha do Rio de Janeiro para receber os Jogos Olímpicos em 2016?
Foi uma vitória incrível. Temos de cumprimentar as pessoas ligadas ao (Carlos Arthur) Nuzman (presidente do Comitê Olímpico Brasileiro). Ele é o grande vitorioso. Conseguiu somar forças, mobilizar o presidente da República. Tão importante quanto fazer um grande evento, é fundamental usar essa oportunidade para a discussão da política nacional para o esporte. Ter um legado não só em instalações bacanas, mas também no desenvolvimento esportivo.
Quais são as prioridades que o Comitê Organizador tem a partir de agora?
Um plano de estratégia de transformação do esporte é indispensável. Acredito que investir cada vez mais no professor de educação física nas escolas e nos técnicos dos clubes é fundamental. Não adianta ter grandes ginásios se não tiver profissionais motivados e capacitados. Eles são quem realmente vão formar nossos atletas.
Você tem a preocupação que o Rio 2016 repita o excesso de gastos do Pan em 2007?
O Pan serve como lição. Erros foram cometidos e não adianta ficar remoendo. Nossos dirigentes têm consciência disso. Creio que teremos um processo com transparência na administração do dinheiro público.
Em 2016 você ainda vai ser técnico, dirigente ou estar na organização dos Jogos?
Não sei. Eu não me vejo longe das quadras, é onde quero continuar o quanto for possível. Eu gostaria até de encerrar a carreira como treinador lá. Mas, antes, temos outros degraus a serem galgados: o Mundial no ano que vem, os Jogos de 2012.
O que fazer para que o Brasil chegue a ser um país-sede que concorre às primeiras posições no quadro de medalhas?
Uma das grande fontes de formação e geração de atletas são projetos como o nosso (a parceria da Unilever e o Instituto Compartilhar). Das 12 campeãs olímpicas em Pequim, 9 passaram por aqui. Outra ferramenta é a multiplicação da base de praticantes, com serviços de alta qualidade.
Este ano você iniciou um trabalho de renovação da seleção. Em que estágio está essa nova equipe?
Não sei dizer ainda. Preciso de tempo para ver. Tenho acompanhado alguns jogadores que se destacaram na Liga Mundial. É o caso do (oposto) Leandro Visotto, que não vem jogando bem no Campeonato Italiano. O Lucas, um central fantástico, não vem jogando, com uma lesão no ombro. Preciso de tempo para trabalhar e criar raízes dessa nova geração que tem bom potencial.
Depois de vencer a Liga Mundial, o Giba mudou os planos e afirmou que quer estar em Londres, em 2012. Qual a função dele neste novo grupo?
É um líder, um treinador dentro da quadra. Ele, o Escadinha e o Rodrigão têm de mostrar que o caminho não é fácil, que ter muita dedicação e treinamento é a única forma de chegar a 2012 com condições de brigar por medalha. Sem eles, não teríamos conseguido ter bons resultados tão imediatamente.
Regulação das redes: quem é o advogado-geral da União que se posicionou contra Mark Zuckerberg
Sidônio fala em “cortina de fumaça” da extrema-direita nas redes ao tomar posse na Secom
Prejuízo recorde ressalta uso político e má gestão das empresas estatais sob Lula 3
O que está por trás da ausência de Lula na cerimônia de Trump? Assista ao Entrelinhas