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Offenbach, Alemanha – A última aparição em público da seleção antes da estréia na Copa foi marcada pelo oportunismo dos cambistas. Ingressos, distribuídos anteriormente de graça, estavam sendo vendidos na faixa de 40 euros (aproximadamente R$ 120) em frente ao Estádio Bierberer Berg, em Offenbach. E era apenas um treino.

Toda a confusão teve como estopim a liberação das 18.500 mil entradas na terça-feira. Em apenas 74 minutos, conforme divulgou a Fifa, todos os bilhetes foram repassados ao público. Mas o início da entrega foi antecipado – assim como não se respeitou o limite de dois tíquetes por pessoa. Resultado: muitos torcedores levaram um drible dos atravessadores.

Tinha até jogadores do time local negociando livremente na frente dos portões da praça de esportes – sem sofrer qualquer advertência dos inúmeros policiais e seguranças presentes no local. Eles receberam dez cartões cada e tinham acesso livre às arquibancadas. Foi o caso do atacante juvenil Iacha, de origem turca. Crianças também reforçavam o grupo de infratores.

O fato curiosamente chegou a gerar uma certa revolta dos "profissionais do mercado clandestino" que vieram do Brasil.

"Isso é uma vergonha. Tem marroquino, argelino e até alemão vendendo ingresso aqui. A CBF tinha de tomar alguma atitude", criticou o gaúcho Miranda. "Olha, perdi dinheiro. Vou tirar o prejuízo na Copa. Para a primeira rodada nossa (contra a Croácia, terça-feira) cobrarei 1.500 euros (R$ 4.500)", anunciou o carioca Beto. Ambos, preferindo não revelar a identidade completa, já estavam atuando em Weggis, na Suíça.

Devido à determinação da Fifa, a CBF foi obrigada a abrir os portões em um período de trabalho antes da largada no Mundial. Todas as 32 equipes receberam essa ordem da entidade que comanda o futebol. Não era permitida a cobrança pelo acesso ao campo.

O valor pedido pelos cambistas chega a ser alarmante, especialmente se levado em conta que o lugar mais popular na arquibancada durante o Mundial saiu a 35 euros (R$ 105). Outra comparação: uma sessão de cinema na Alemanha vale 8 euros (R$ 24) – cinco vezes mais barato que os taxados nessa quinta-feira.

No saldo final, a polícia alemã prendeu cinco pessoas. Não pela venda, mas falsificação dos bilhetes. (RF)

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