Genebra (AE) Joseph Blatter, presidente da Fifa, sugere que os hinos nacionais cantados no início de cada partida entre seleções sejam eliminados. Para o dirigente, isso evitaria comportamentos nacionalistas por parte dos torcedores mais extremistas e a tradicional vaia contra o hino da equipe adversária. Mas a proposta de Blatter ainda não é uma posição da Fifa e a entidade se apressou ontem em garantir que, na Copa do Mundo da Alemanha, em 2006, os hinos serão ouvidos antes dos jogos.
Apesar disso, Blatter revelou que já está estudando o assunto, assim como formas de evitar demonstrações de racismo e xenofobia nos estádios. Suas declarações foram feitas em uma entrevista à revista Schweizer Illustrierte, da Suíça.
Blatter respondia a perguntas sobre como reagiu à violência da torcida da Turquia contra a seleção da Suíça em uma partida disputada na semana passada, em Istambul, e que garantiu aos suíços uma vaga na Copa do Mundo de 2006.
"Deveríamos pelo menos considerar que eles não sejam tocados. Considero vaiar um hino algo muito desrespeitoso e um insulto ao orgulho nacional. Se adicionarmos nacionalismos extremos a uma situação que já é de paixão e emoção, podemos ter um coquetel bastante explosivo. Por isso estamos investigando se devemos continuar com os hinos nacionais em circunstâncias tão voláteis?", completou.
A idéia de suprimir os hinos, porém, promete causar muita polêmica. Para o francês Pascal Boniface, especialista em geopolítica do futebol, o esporte é um dos últimos bastiões das referências de identidade nacional em um mundo globalizado. "É nesse contexto, portanto, que os hinos devem ser tocados, principalmente porque os estádios de futebol são um dos últimos lugares onde os escutamos", afirmou.
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