São Paulo O Brasil esteve muito perto da vaga na decisão do Mundial Feminino de Basquete, mas uma pane no último quarto levou à derrota para a Austrália por 88 a 76, ontem, pelas semifinais. As jogadoras nem pararam na zona mista, orientadas pelo técnico Antônio Carlos Barbosa para ir diretamente ao vestiário. A preocupação: não permitir que o time fique tão abalado com a derrota e não consiga se reerguer para a disputa da medalha de bronze, amanhã, às 9h30, contra os Estados Unidos. A Austrália joga pelo ouro no mesmo dia, às 14 horas, contra a Rússia.
As russas quebraram uma invencibilidade de 12 anos das americanas em competições internacionais ao vencer a outra semifinal por 75 a 68. O último revés das ianques havia sido em 94, também na semifinal, contra o Brasil.
"Não é hábito conversarmos depois do jogo. Mas minha preocupação era justamente com isso: colocar uma carga total no título e o resto perder força", disse Barbosa. Ele também usou o clichê "perdemos para uma grande equipe", dizendo que desde 1998 a Austrália está em todas as disputas de medalhas em Mundiais e Olimpíadas.
Mas nesta quinta-feira ficou claro que as jogadoras do Brasil ainda não haviam assimilado a derrota, mesmo sendo para um grande time. Veio da campeã mundial e medalha de prata olímpica Paula, que estava no Ibirapuera, a melhor definição sobre o estilo de jogo australiano: "feijão com arroz muito bem feitinho".
"O começo do quarto quarto foi fatal. Perdemos o jogo em 2, 3 minutos. Estávamos com vantagem de nove pontos e não conseguimos segurar", admitiu Barbosa. Com um time regular como a Austrália, de jogo sem altos e baixos, a queda de rendimento foi mortal.
"Blecaute", como definiu Alessandra, "desligada", para a armadora Helen, "bobeira", para Janeth, e "cochilada", para Micaela. O fato é que todas concordaram que perderam o jogo no último quarto. "Entramos concentradas, inspiradas e fizemos um bom jogo. Infelizmente este quarto deixou esse gostinho de não poder fazer a final", disse Helen.
A pivô Alessandra, que chegou a irritar a australiana Lauren Jackson com sua marcação no primeiro tempo, não voltou no último quarto. O Brasil teve Érika, e os fãs chegaram a pedir a volta de Alessandra. "A Érika entrou e jogou bem", disse Janeth. "Mas num jogo de duas equipes iguais fica difícil recuperar a diferença", acrescentou.
Com bolsa de gelo no ombro e lágrimas nos olhos (teve de interromper a entrevista para se acalmar), Alessandra definiu como um blecaute a parada do time na última parcial. "Perdemos o foco. Em minutos elas abriram nove pontos. Com uma equipe desse nível é difícil retornar... Pena, é meu último Mundial."
Alessandra chegou a emocionar a técnica australiana, Jan Stirling, que levantou para lhe dar um beijo. Mas a pivô brasileira disse que não vai baixar a cabeça.
"E a disputa do bronze também é importante. Somos quarto do mundo com todas as dificuldades que o basquete feminino tem no Brasil. É criança sem tênis para treinar, ou vai treinar ou come..."
Para Helen, o Brasil não perdeu o ânimo. "Quando se tem um objetivo, o ânimo existe. Se fosse ontem (contra a República Tcheca), ficaríamos arrasadas. Mas é uma final também, com medalha em disputa."Placar - Austrália 88 X 76 Brasil
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