Augusto Farfus pode ter de procurar novos desafios na carreira se BMW deixar WTCC| Foto: Divulgação / BMW AG

Saída do WTCC pode deixar Farfus desempregado

Se a BMW decidir sair do WTCC no próximo ano, Augusto Farfus pode ser obrigado a procurar um novo emprego. É que, com o fechamento da unidade voltada à categoria, a equipe alemã deve demitir vários profissionais, e pode sobrar para o curitibano. "Existe este risco, mas já tenho vários contatos abertos, sempre deixando claro que meu objetivo é continuar na BMW", revelou o piloto.

A estabilidade e a possibilidade únicas propiciadas como piloto oficial da BMW motivam Farfus a brigar pela sua permanência, porém a decisão não está totalmente nas mãos dele. "O meu futuro está atrelado a uma série de decisões. Mas acredito na continuidade", disse, otimista. Como piloto da equipe alemã, Farfus já pôde testar o carro de Fórmula 1 da equipe, e costuma participar de algumas das principais provas de longa duração que contam com a participação da BMW.

Com toda esta indefinição, o único alento para o curitibano é não dever satisfações a patrocinadores. "Já passei desta fase da carreira, então não é a parte fundamental para o meu futuro", finalizou o piloto. Se não ficar no WTCC, a American Le Mans Series aparece como uma possibilidade para Farfus.

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Este é o BMW M3 GTR, que Farfus está testando e que pode ser seu carro em 2009
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A BMW pode deixar o Campeonato Mundial de Carros de Turismo (WTCC) em 2009. A informação que já corria nos bastidores foi confirmada pelo curitibano Augusto Farfus Júnior, piloto da equipe alemã. Após perder a hegemonia de três anos desde a criação da categoria, o time viu a Seat, com seus motores turbo diesel, ficar com o título nesta temporada e levar vantagem na maioria das pistas. Se o regulamento não for revisto pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA), a BMW deve anunciar a sua saída.

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"A BMW não tem o objetivo de utilizar o motor diesel, como a Seat. Isto tornaria o WTCC uma categoria de carros movidos a diesel. Se as coisas não mudarem para o próximo ano, a BMW não continua. É uma escolha que a FIA deve fazer, porque tudo o que queremos é uma chance igual contra os demais. Não queremos que os motores diesel sejam banidos. Mas hoje a Seat tem ferramentas que os outros não tem", explicou Farfus, por telefone, à Gazeta do Povo Online.

O curitibano está nos Estados Unidos, onde testa o novo BMW M3 GTR, que será utilizado na temporada 2009 do American Le Mans Series. A indefinição da equipe alemã quanto ao futuro dentro ou fora do WTCC mexe até mesmo com o destino de Farfus. "Não sei ainda qual será o meu futuro. Quero continuar na BMW e no WTCC, mas se o time sair, a categoria vai perder uma das casas mais fortes. Já estou testando algumas possibilidades, mas tudo vai depender da definição da equipe, o que deve acontecer nos próximos dias", disse o piloto.

Durante todo o ano, o diretor esportivo da BMW, Mario Theissen, criticou abertamente o desnível da Seat em relação aos concorrentes, e insistiu que o regulamento precisava ser revisto. "Existe este problema político, porque o Mario não é a favor do diesel no WTCC. Já testamos um carro nosso com motor diesel (o BMW 320D, que correu nas 24 Horas de Nürburgring), temos como correr, mas não é essa a idéia do time".

Seat x BMW: Quais as principais diferenças

Além do combustível, a principal diferença entre os carros da espanhola Seat e da alemã BMW está no motor turbinado, permitido apenas para os carros a diesel. "É um dos problemas do regulamento. Não foi pensado que uma equipe usaria motor diesel, e nos motores a gasolina é proibido o uso de turbo compressor, contou Farfus. " Na Seat os pilotos podem regular a pressão do turbo, podem ‘brincar’ com isso, usando uma ferramenta que ninguém mais tem", complementou.

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Para igualar as forças, sem banir os motores diesel, o curitibano tem algumas sugestões. "Existem ‘n’ possibilidades. O primeiro caminho, no meu ponto de vista, seria o mais injusto, que seria por peso no carro deles. Existem engenheiros da FIA trabalhando nisso, não sei ao certo os cálculos, mas a cada décimo de bar do turbo equivale a tantos quilos de chumbo", declarou o piloto da BMW.

A polêmica em torno do caso rendeu ainda uma alfinetada de Farfus. "Se a Seat tivesse aceitado o pedido para não utilizar tudo isso, de rever esses equipamentos para o próximo ano, a BMW já poderia ter definido a situação da equipe e a minha faz tempo. Agora teremos de aguardar", finalizou o curitibano.

Por ora, a FIA não parece disposta a reformar o atual regulamento do WTCC. Nesta semana, a entidade máxima do automobilismo divulgou que a companhia italiana Panta será a fornecedora oficial de gasolina e diesel para as próximas duas temporadas. A única novidade é que o diesel contará com 10% de ethanol em sua concentração. O anúncio fortalece a Seat, e deixa a BMW mais distante de permanecer, sob suas condições.

Para os curitibanos, a saída da equipe alemã pode representar uma considerável baixa para o dia 8 de março de 2009, quando a capital paranaense será palco da abertura da temporada do WTCC.