O recorrente discurso de dirigentes de modalidades olímpicas sobre a falta de apoio não pode ser compartilhado pela Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa). Além de auxílios do governo federal, por meio da lei de incentivo ao esporte e bolsa atleta, e de instituições como o Movimento Live Wright, a canoagem do país agora tem o patrocínio do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) até 2016, ano da Olimpíada no Rio de Janeiro.
O montante anual é de aproximadamente R$ 10 milhões, que será destinado para aparelhar as federações estaduais, aportar o alto rendimento e, principalmente, melhorar a base do esporte em todo o Brasil. "É um trabalho para universalizar a base e aumentar a participação da canoagem nos estados brasileiros. Dinheiro já tínhamos, mas não o suficiente para fazer esse trabalho", comenta o presidente da CBCa, João Thomazini.
No Paraná, os alvos principais serão os centros de treinamento de Foz do Iguaçu e de Curitiba/São José dos Pinhais. No caso da cidade da fronteira, novos equipamentos serão adquiridos para fornecer melhor condição de trabalho para atletas da base e de ponta. Além disso, um técnico italiano (Ettore Ivaldi) está sendo contratado para aumentar o nível de exigência. Já a capital ganhará um núcleo específico de paracanoagem.
"Agora vai mudar muita coisa. Ano passado treinava com mais dois do mesmo nível e agora virão mais seis. Um competindo com outro dentro da equipe, nos forçamos mais. Se não tiver um companheiro no seu melhor nível, não vai te puxar, não consegue", comemora o recém-integrado à seleção brasileira slalom, Fabio Scchena Dias Rodrigues, que ficou feliz também pela presença do novo técnico.
O atleta de 17 anos, nascido em Foz do Iguaçu, diz acreditar que os investimentos que estão sendo feitos na canoagem devem ajudá-lo a conquistar uma medalha olímpica no Rio de Janeiro, apesar de que, a curto prazo, quer estar em Londres no ano que vem. "Vou participar do pré-mundial júnior e vou ganhar técnica competindo com os melhores do mundo. Estarei com 23 anos em 2016 e será o auge do meu preparo físico. Acho que vou conseguir um ouro olímpico", conta Rodrigues.
O Paraná está um pouco à frente em relação a outros estados, principalmente na questão organizacional. Por essa razão, uma fatia do aporte vai diretamente para as federações, visando à profissionalização. "Precisamos formar dirigentes e gestores. Não basta ter atletas de alto nível e dirigentes de base", analisa Thomazini.
No pacote do BNDES, um objetivo da confederação é captar novos talentos e dar estrutura para que possam se desenvolver. É algo que já vem acontecendo. É o caso da campeã brasileira sênior quando tinha apenas 12 anos, Ana Sátila. Hoje, com 15, ela vai se mudar do Mato Grosso para Foz do Iguaçu junto com a irmã de 11 anos, que também treinará no centro de treinamento da cidade. Esse intercâmbio, segundo a CBCa, é fundamental para o crescimento da modalidade no Brasil.
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