O BNDES aguarda um contato do Corinthians para negociar o financiamento das obras do novo estádio a ser construído pelo clube e que será o palco de São Paulo na Copa do Mundo de 2014, disse nesta quarta-feira um diretor do banco.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social dispõe de uma linha de crédito de até 400 milhões de reais para cada um dos 12 estádios que serão utilizados no Mundial, e o Corinthians já anunciou que vai buscar o financiamento do banco de fomento para levantar o chamado "Fielzão" em Itaquera, zona leste de São Paulo.
"Estamos esperando que o Corinthians venha conversar com a gente. Se vierem, serão bem-vindos," disse à Reuters o diretor do BNDES Élvio Gaspar. "Não houve nenhum pedido, mas se o Corinthians montar um projeto será bem-vindo. O BNDES está aberto."
O Corinthians, que nesta quarta-feira comemora 100 anos, apresentou esta semana o projeto da sua arena esportiva com o custo estimado de 335 milhões de reais e capacidade para 48 mil pessoas.
A escolha do estádio como a sede oficial de São Paulo para o Mundial foi anunciada pelo governo paulista e pela organização da Copa de 2014 dia 27. O local, no entanto, precisaria ter sua capacidade ampliada para 65 mil pessoas para estar apto a receber o jogo de abertura da Copa, como desejam as autoridades.
A previsão da conclusão da obra é no início de 2013, a tempo para ser utilizado também na Copa das Confederações.
De acordo com o clube paulista, a construtora Odebrecht -- que vai realizar a obra em troca do direito de explorar o nome da arena -- será a responsável por apresentar as garantias ao BNDES para a liberação do empréstimo.
"Este projeto executivo será submetido ao BNDES, em busca do financiamento desta obra, dentre dos parâmetros já existentes no Banco para projetos semelhantes, sem vantagens ou privilégios", informou o clube em comunicado sobre a construção do estádio.
Outros Estádios
Segundo o diretor do BNDES, até o momento as outras duas únicas arenas privadas que serão usadas na Copa de 2014 -- o Beira-Rio, do Internacional, e a Arena da Baixada, do Atlético Paranaense -- e o estádio de Brasília foram os únicos que ainda não buscaram suporte financeiro do BNDES.
No caso dos outros projetos já aprovados inicialmente pelo banco, os primeiros desembolsos de recursos podem acontecer ainda este ano.
"Quem pediu dinheiro até julho pode receber os primeiros recursos esse ano", disse Gaspar. "O modelo será o já utilizado por nós. Liberamos uma parte, acompanhamos o andamento e, se estiver tudo certo, liberamos mais."
O Brasil terá 12 sedes na Copa do Mundo de 2014, duas a mais que o padrão dos últimos Mundiais organizados pela Fifa.
A maioria dos estádios do país não cumpriu os prazos estabelecidos pela Fifa para o início das obras, em março deste ano, mas alguns aceleraram o ritmo recentemente.
O Maracanã, provável palco da final, deve fechar este mês para as obras de reforma, enquanto a Fonte Nova, em Salvador, foi demolida no fim de semana.
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