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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pretende anunciar nos próximos dias uma linha de financiamento que pode chegar a até 1 bilhão de reais para o setor hoteleiro e turístico para a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016 no Rio de Janeiro, afirmou o diretor de crédito do banco, Élvio Gaspar.

A nova linha já foi aprovada pelo banco e os últimos detalhes estão sendo fechados com o Ministério do Turismo.

O banco já tem um orçamento de 5 bilhões de reais para a infraestrutura de transporte e um programa de 4,8 bilhões de reais para modernização e construção de estádios e arenas esportivas.

Com a escolha do Rio para sede dos Jogos Olímpicos de 2016, esses volumes disponibilizados pelo banco podem aumentar.

"Orçamento para a gente não é problema. Só para a Copa esperamos uma demanda de 1 bilhão de reais. Vamos ter que entrar com mais para as Olimpíadas", disse.

"Os investimentos em hotelaria e hospedagem são menores que os demais porque já temos uma rede e a maioria dos projetos será de 'retrofit' (reformulação de estrutura pronta)", acrescentou o executivo ao destacar que os investimentos para a Copa ainda não são suficientes para atender a demanda da Olimpíada.

De acordo com o cronograma dos Jogos, o Rio terá que criar mais 12 mil vagas para acomodar os visitantes. A solução prevê quartos em navios e a construção de novos hotéis.

Gaspar afirmou que o banco vai exigir o próprio imóvel/ativo como garantia do empréstimo ao setor hoteleiro envolvido na Copa do Mundo e na Olimpíada.

"Calculamos que cada financiamento será, no máximo, de 5 a 10 milhões de reais e vamos usar o ativo como garantia. Acho que não será problema para nós", avaliou Gaspar.

COPA DO MUNDO

O executivo afirmou que o banco está finalizando a modelagem do financiamento para a construção de arenas esportivas nas cidades envolvidas na Copa do Mundo.

O BNDES informou que os empréstimos serão analisados caso a caso para não haver risco a instituição.

Segundo ele, os complexos privados Morumbi (São Paulo), Arena da Baixada (Atlético Paranaense) e Beira Rio (Internacional) vão ter um modelo de financiamento diferente dos demais estádios que são gerenciados por governos estaduais.

"Arena é como um hospital. Você não consegue tomar um hospital ou um estádio, que pertencem ao povo", explicou Gaspar.

O BNDES financiará estádio com orçamento de, no máximo, 400 milhões de reais, e o banco vai emprestar até 75 por cento da obra.

Para se prevenir contra possíveis "calotes", o BNDES pretende vincular o empréstimo ao Fundo de Participação dos Estados (FPE).

"Esse é um instrumento para ser usado. Em Natal, por exemplo, vamos ficar como garantias os terrenos próximos ao estádio. Cada cidade tem uma solução", explicou o executivo. Com a vitória do Rio, ele espera "ter muito mais trabalho" pela frente.

O Ministro das Cidades, Márcio Fortes, afirmou que ainda esse ano o governo federal vai começar a liberar os financiamentos para que Estados, municípios e empresas iniciem as obras de mobilidade/transporte para a Copa de 2014.

Esse é o prazo confortável, segundo o ministro, para que não haja atraso na cumprimento do cronograma do mundial de futebol.

Boa parte das obras de transporte que serão realizadas para a Copa pode ser aproveitada para os Jogos Olímpicos. "Podemos sugerir em dias do evento o deslocamento das férias escolares e feriado em dias mais movimentados", disse Márcio Fortes ao apontar uma das alternativas para desafogar o trânsito nas cidades que serão sede.

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