O skate a cada dia quebra mais barreiras. Depois do americano Danny Way ter saltado sobre a Muralha da China em uma mega-rampa em julho do ano passado, nesta última semana foi a vez do brasileiro Bob Burnquist realizar uma façanha digna dos melhores filmes de ação. O skatista carioca, campeão mundial de vertical em 2000, uniu dois esportes pelos quais é apaixonado - skate e base jump - deslizou por um trilho e saltou, com o auxílio de um pára-quedas, em um penhasco chamado Hell Hole Bend (Declive do Buraco do Inferno), dentro da reserva indígena dos Navajos, no Grand Canyon, EUA.
- A idéia de saltar do Grand Canyon surgiu há muito tempo. O pessoal do Discovery Channel se aproximou para conversar sobre o programa Stunt Junkies, em que os convidados fazem o papel de dublês. Passei a idéia do penhasco, eles ouviram, mas ficou no baú. Acabou acontecendo no timing certo, pois estou no melhor das minhas habilidades e precisei de todas elas - disse Bob.
Para o sonho de Burnquist se tornar realidade, foi montada uma rampa de 12 metros de altura no topo do penhasco, por onde Bob desceria e decolaria para encaixar em um trilho que tinha como fim um abismo. Dali, ele saltaria de pára-quedas dentro do Grand Canyon, despencando de uma altura de cerca de 500 metros. Duas pessoas já haviam morrido tentando saltar desse penhasco.
- Eu não tinha o direito de errar. Se o skate, como acontece muitas vezes, escapasse do meu pé e eu caisse de queixo no trilho, poderia desmaiar e não abrir o pára-quedas - lembrou Bob, que usou um capacete especial, com proteção extra, inclusive para o queixo.
Antes de encarar a rampa e o trilho, Bob saltou duas vezes de pára-quedas de um helicóptero, para se acostumar com as condições locais. Já com o skate no pé, o brasileiro testou a rampa quatro vezes. Na quinta descida, Bob encaixou no trilho, deslizou por cerca de dez metros e saltou rumo ao Grand Canyon, ainda com o skate sob os pés.
- Chutei o skate depois de uns 15 metros e abri o pára-quedas. A pressão é grande, mas é por isto que a gente faz. Sempre estou correndo algum risco, mas não de vida. Morrer ao vivo é pesado. Sempre penso positivo, mas também peso todas as possibilidades. Sintonizo no êxito sem esquecer de prevenir fracassos. Tombos comuns no skate poderiam significar a morte - disse Bob.
O salto foi registrado pelo programa Stunt Junkies, previsto para ir ao ar em junho, no Discovery Channel. A produção incluiu cerca de 30 pessoas, entre a equipe de montagem da estrutura e staff da filmagem. A rampa foi desmontada e a madeira doada para a comunidade local dos Navajos.
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